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ELEIÇÕES 2008/ CURITIBA
Audiências públicas geram aprovação alta, diz prefeito
Beto Richa fez mais de 230 reuniões com moradores e criou central de reclamações
81% dos entrevistados pelo Datafolha aprovam gestão de candidato à reeleição; para adversários, banco de queixas tem fins eleitorais
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Aliado a um pacote de obras
de impacto visual cujos investimentos ultrapassam R$ 220
milhões, com prioridade na
área viária, o prefeito de Curitiba e candidato à reeleição, Beto
Richa (PSDB), usa outro meio
de se aproximar dos eleitores:
audiências públicas periódicas
em salões paroquiais e associações de bairros para ouvir as
reivindicações dos moradores.
Em três anos e oito meses de
governo, o tucano participou de
230 audiências. Segundo ele,
essa é a origem da aprovação
apontada na última pesquisa
Datafolha -81% dos entrevistados consideraram sua administração ótima ou boa.
O Datafolha também o aponta na liderança pela disputa da
prefeitura, com 71% das intenções de voto, 56 pontos percentuais a mais que a segunda colocada, Gleisi Hoffmann (PT).
As audiências públicas inspiraram a formatação de um banco de dados para reunir todas as
principais reclamações das regiões de Curitiba. A população
pode comunicá-las por meio do
telefone 156. Uma central de tele-atendimento repassa, então,
a mensagem para a secretaria
responsável pela resolução do
problema.
Assim, segundo o projeto elaborado pela ONG ICI (Instituto
Curitiba de Informática), o administrador tem condições de
saber de imediato onde estão e
quais são os principais problemas da comunidade.
Adversários na campanha,
como o candidato Carlos Moreira (PMDB), já interpelaram
judicialmente o prefeito sobre
o possível uso da ferramenta
com propósitos eleitorais, ao
gerar uma espécie de cadastro
dos moradores de Curitiba.
Richa nega. "É desespero de
meus adversários. O projeto é
bom para a cidade", afirma.
Engenheiro civil, Beto Richa
asfaltou 1.500 ruas e tem priorizado grandes obras viárias em
sua gestão. A principal delas é
uma complexa alteração de tráfego na região sul da cidade, a
mais populosa de Curitiba.
Chamada de Linha Verde, é
um antigo corredor rodoviário
da BR-476 que ajuda na ligação
entre São Paulo e os Estados do
Sul. O trecho, de 9,4 km, está
sendo reurbanizado ao custo de
R$ 121 milhões.
Por problemas relacionados
à cotação do iene (a moeda japonesa), com o qual foi feito o
financiamento da obra no BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento), o projeto -de
acordo com a prefeitura- teve
de ser refeito e não terá a extensão inicial prevista, o que atrasou a entrega da primeira etapa
de junho para dezembro. O prefeito afirma que as principais
diretrizes da Linha Verde foram mantidas.
A Linha Verde terá vias exclusivas para ônibus, o que diminuirá em até dez minutos o
tempo de deslocamento até o
centro, e pistas únicas para o
escoamento do trânsito ao longo de dez bairros.
Beto Richa é herdeiro político de seu pai, José Richa (morto em 2003), ex-governador do
Paraná e um dos fundadores
nacionais do PSDB. "Não tem
como não falar dele, ainda mais
numa época em que a classe política está muito desacreditada.
Sempre será um exemplo pra
mim", afirma o prefeito.
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