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ESTADOS
Em pelo menos 8 das 13 unidades da Federação que tiveram apenas um turno, setor deu cerca de R$ 47,5 mi a campanhas
Empreiteira é grande doadora do 1º turno
DA AGÊNCIA FOLHA
As empreiteiras confirmaram a
fama de grandes financiadoras de
campanhas eleitoral, pelo menos
em 8 dos 13 Estados onde a eleição
foi definida no primeiro turno.
A análise da declaração de gastos com campanha nesse universo mostrou que o setor foi o maior
doador neste ano, sendo responsável por aproximadamente 10%
dos cerca de R$ 47,5 milhões registrados oficialmente no TRE.
Treze empresas de construção deram juntas mais de R$ 4 milhões.
A campeã foi a Norberto Odebrecht, que só para a campanha
de Paulo Souto (PFL), na Bahia,
doou R$ 1,2 milhão.
O maior montante de recursos
oriundos de pessoa física foi registrado nas contas do sojicultor
Blairo Maggi (PPS), eleito governador de Mato Grosso. Ele declarou ter dado a sua própria campanha R$ 3,2 milhões (leia texto nesta página).
As informações são dos documentos entregues pelos partidos
aos TREs, que ainda precisam
analisar os números e aprová-los,
até oito dias antes da diplomação
dos eleitos.
Apesar da resolução 21.228 do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral),
de 1º de outubro deste ano, determinar que as prestações de contas
são públicas, os TREs do Espírito
Santo, do Tocantins, do Maranhão, do Rio de Janeiro e de Alagoas não liberam as informações.
Ficaram de fora os dados sobre
Paulo Hartung (PSB-ES), Ronaldo Lessa (PSB-AL), José Reinaldo
Tavares (PFL-MA), Rosinha Garotinho (PSB) e Marcelo Miranda
(PFL-TO).
Aécio Neves (PSDB-MG) foi
quem apresentou a declaração
com mais alto valor gasto -R$
11,8 milhões. Minas concentra um
dos maiores colégios eleitorais do
país, com 12.680.584 eleitores.
Proporcionalmente, os números mato-grossenses são maiores.
O valor total dos custos dividido
pelo total de eleitores resulta em
R$ 5,7 por votante.
A campanha de Wellington
Dias, futuro governador do Piauí,
um dos Estados mais pobre do
país, teve os custos mais modesto:
R$ 1 milhão. Mas, foi na Bahia onde a média de recursos por eleitores ficou mais baixa -R$ 0,54.
Os governadores que concorreram à reeleição dispuseram em
2002 de mais recursos que em
1998. Jorge Viana (PT-AC), que
gastou cerca de R$ 377 mil na eleição passada, segundo dados do
TRE-AC, passou para pouco mais
de R$ 1 milhão. Marconi Perillo
(PSDB-G) gastou três vezes mais.
Saiu de 2,5 milhões para 9 milhões. Jarbas Vasconcelos
(PMDB-PE), que havia declarado
R$ 2,8 milhões em 98, agora
apontou R$ 6 milhões.
Outras empresas que doaram
recursos expressivos foram a
construtora OAS -R$ 700 mil-,
a Recofarma [empresa do grupo
Coca-Cola" -R$ 750 mil- , a
Açominas -R$ 700 mil-, e a
Aracruz Celulose [R$ 500 mil".
O PMDB liderou a lista dos mais
importantes colaboradores do
reeleito Jarbas Vasconcelos (PE).
O partido entrou na campanha
com R$ 560 mil. O PT contribuiu
com cerca de R$ 100 mil nas disputas no Acre e no Piauí.
O grupo CCE, de propriedade
do empresário Issac Sverner, financiou várias campanhas na região Norte. Só para Eduardo Braga (PPS-AM) foram R$ 575 mil.
Há 11 meses Sverner, sócio da
indústria DM Eletrônica da Amazônia, responde processo na Justiça Federal sob acusação de contrabando na Zona Franca de Manaus, que ele nega.
O vice-presidente de Relações
Institucionais do grupo CCE,
Synésio Batista da Costa, disse
que "o grupo está em Manaus há
35 anos e tem bom relacionamento com todos. A parceria do Amazonas com o Acre é uma coisa que
nós vislumbramos como geopolítica para a renovação das ações da
Zona Franca na região".
(JAIRO MARQUES, ALESSANDRA KORMANN,
ADRIANA CHAVES, LEONARDO WERNER,
LUIZ FRANCISCO e KÁTIA BRASIL)
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