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CAMPO MINADO
Maio começa com invasão e protesto de sem-terra
DA AGÊNCIA FOLHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O mês de maio começou com
três invasões de terra em municípios do Pontal do Paranapanema,
extremo oeste de São Paulo. Cerca
de 400 pessoas ligadas ao Mast
(Movimento dos Agricultores
Sem Terra), uma dissidência do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), entraram ontem em fazendas em Caiuá
e Presidente Bernardes.
Em Ribeirão Preto, o MST fez
ontem um protesto contra os
agronegócios e em homenagem
ao 1º de Maio, distribuindo cinco
toneladas de alimento.
Desde o dia 28 de março, nove
fazendas foram tomadas pelos
sem-terra na região do Pontal,
uma das mais conflituosas em relação à questão fundiária. Seis invasões foram feitas pelo MST.
A primeira ação de ontem aconteceu na fazenda São Luís, de 300
hectares, em Presidente Bernardes, por volta da 1h. Segundo o
dono da área, Carlos Frederico
Machado Dias, as terras produzem batata-doce, soja e milho,
além de abrigar pecuária. A Polícia Militar estimou que cerca de
200 pessoas estavam no local.
As outras propriedades invadidas, de acordo com a Delegacia
Regional de Presidente Venceslau
e a PM de Caiuá, foram as fazendas Três Sinos, de José Segura
Moralli, e a fazenda Santa Rosa,
de Joaquim das Neves. Cerca de
200 pessoas participaram das
ações. A Agência Folha não conseguiu localizar ontem os proprietários das áreas, e a polícia
não tinha informações sobre o tamanho das fazendas.
"O governo do Estado de São
Paulo precisa paralisar a reforma
agrária aqui no Pontal porque as
invasões não param nem com os
assentamentos", afirmou o presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia.
Ribeirão
Do ato em Ribeirão Preto participaram aproximadamente cem
integrantes do MST, que distribuíram arroz, feijão, abóbora,
mandioca e quiabo a mil pessoas
no calçadão da rua General Osório, em frente à choperia Pingüim.
O grupo chegou às 9h30 e deixou o local, um dos pontos mais
tradicionais da cidade, por volta
do meio-dia.
"É a agricultura camponesa que
coloca o alimento na mesa do brasileiro", diz Kelli Mafort, da coordenação estadual do MST. "A reforma agrária tem de dar certo e
não apenas ser capital para exportação", afirma Edivar Lavratti,
também da direção do movimento, em referência à Agrishow, feira
de negócios encerrada ontem.
Os alimentos foram produzidos
no acampamento da fazenda Santa Clara, em Serra Azul. As cerca
de 70 famílias que vivem no local
devem ser assentadas até o final
do ano, como anunciou na última
semana o governador Geraldo
Alckmin (PSDB).
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