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Embaixador diz que Colômbia e Brasil negociam plano de defesa
Segundo colombiano, países planejam construção de base militar na fronteira
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O embaixador da Colômbia
no Brasil, Tony Jozame Amar,
afirmou ontem que os governos
de ambos os países negociam
um plano de defesa da fronteira
na Amazônia, com a possível
construção de uma base militar
conjunta. "Há intenção de se
construir uma base militar ou
postos de vigilância ao longo da
fronteira. O que for possível
tecnicamente, onde for mais
estratégico", disse.
Segundo o diplomata, "o plano estratégico" incluiria cláusulas secretas. "Há matérias reservadas que nem eu conheço."
Jozame espera que o tema
entre na agenda do encontro
entre os presidentes Lula e Álvaro Uribe, na cidade colombiana de Letícia, em 19 de julho.
"É preciso empregar todos os
meios tecnológicos disponíveis
para combater o narcotráfico e
a guerrilha", afirmou.
A ação combinada surge da
constatação de que as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) têm buscado
refúgio na fronteira com Brasil,
Equador e Venezuela.
O diplomata se disse "contente" com a disposição do governo Lula de impedir a entrada de guerrilheiros em território brasileiro. Recentemente, o
ministro Nelson Jobim (Defesa) disse que receberia à bala
qualquer guerrilheiro que cruzasse a fronteira. E o chanceler
Celso Amorim, que o o governo
não reconhecerá às Farc o status de força beligerante.
"Se vocês analisam as frases
de Amorim e Jobim, elas correspondem ao que nosso governo pensa. Para mim significa
que o Brasil está decidido a não
deixar as Farc entrarem", disse.
A cooperação, porém, se limitaria ao plano bilateral. Segundo o embaixador, Uribe insiste em não integrar o Conselho Sul-americano de Defesa.
Em maio, Uribe condicionou
sua participação ao reconhecimento das Farc como grupo
terrorista por todos os países.
Jozame recolocou o problema. "Nós chamamos de terroristas. Há países que não querem fazê-lo, pois acham que isso não contribui para a paz. Nós
respeitamos." Para ele, o problema são os que toleram e
"não têm determinação de atacar" os integrantes das Farc
que cruzam a fronteira.
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