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Em desvantagem, Kassab faz ataques a Marta e Alckmin
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o primeiro debate da
campanha, subiu a temperatura da disputa pela Prefeitura de
São Paulo. Embalado pelo confronto da véspera, o prefeito de
São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM) se
lançou numa ofensiva contra a
ex-prefeita Marta Suplicy (PT),
chamando-a de "cara-de-pau".
O democrata tem 11% das intenções de voto segundo a última pesquisa Datafolha, realizada em 23 e 24 de julho, contra
36% da petista, líder das intenções de voto.
Na manhã de ontem, Kassab
acusou Marta de usurpar a autoria de suas obras. Citou como
exemplo o fato de a petista ter
se vangloriado da informatização da saúde. "Fiquei realmente impressionado com a cara de
pau da [ex-]prefeita ontem no
sentido de apresentar dados
que não são efetivamente compatíveis com a realidade", afirmou Kassab, dizendo esperar
que Marta "não fuja" da comparação entre as duas gestões.
"É muito fácil falar que vai fazer. No início da campanha
passada, ela disse que ia fazer
hospitais. Não fez", provocou.
Durante caminhada, Kassab
ironizou ao experimentar um
par de óculos numa loja. "Precisava de um desses no debate.
Enquanto a Marta falava aquelas papagaiadas, aproveitaria
para dormir".
Em resposta, o coordenador
da campanha de Marta, deputado Carlos Zaratini disse que o
prefeito saiu do controle. "Acho
que o prefeito está descontrolado. Estranho o prefeito, que é
uma pessoa educada, se utilizar
desses termos."
O desenho da campanha de
Kassab deixa claro que não é
apenas um arroubo. Segunda-feira, o prefeito desafiará a petista em seu blog. Vai comparar
os números de sua gestão aos
de Marta. A primeira comparação será sobre leitos hospitalares. A página informará que o
prefeito-candidato criou 470
novos leitos. Marta, zero.
Mesmo polarizando com
Marta, Kassab não mostra disposição de aliviar o candidato
Geraldo Alckmin (PSDB), tecnicamente empatado com a petista, com 32% das intenções.
Ontem, voltou a apontar o tucano como co-responsável pelos problemas de iluminação.
No debate, ao ser cobrado
por Alckmin, Kassab lembrou
que o tucano fora presidente do
conselho de desestatização durante privatização do setor elétrico no Estado. "Ele provocou
o tema. No momento que ele
acha que a cidade está escura,
tem responsabilidade nisso.
Foi seu governo que privatizou
e poderia ter feito regras mais
rigorosas", disse Kassab, que,
ao lado do presidente do DEM,
deputado Rodrigo Maia, copiou
o exemplo do prefeito do Rio,
Cesar Maia, e arriscou varrer
uma rua da cidade.
A reação veio do coordenador da campanha tucana, o deputado federal Edson Aparecido: "Ele [Kassab] está banalizando a discussão. Parece estar
mal assessorado ou mal informado ou mal intencionado em
relação ao problema da iluminação pública".
Kassab não se calou. "Falta
coragem ao ex-governador. Para que usar mensageiros?", alfinetou o democrata, referindo-se ao fato de Alckmin não ter
respondido pessoalmente.
Colaborou a Folha Online
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