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Vereadores reclamam de ter nome citado em lista de ONG
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação da lista de parlamentares com ações na Justiça e no Tribunal de Contas, feita nesta semana pela ONG
Transparência Brasil, provocou indignação dos 13 vereadores de São Paulo citados. Pela
relação, nove tiveram rejeitadas as prestações de contas de
campanhas passadas e quatro
foram acusados de improbidade administrativa.
O vereador Jooji Hato
(PMDB) disse à Folha que vai
processar a Transparência Brasil por difamação. "Vou processar essa ONG, que está me causando um enorme prejuízo
moral, familiar e eleitoral."
Hato explicou que suas contas foram rejeitadas por problemas formais. "A gráfica emitiu nota fiscal com data anterior à saída do CNPJ, mas foi
tudo pago com cheque eleitoral
e declarado", justificou. O vereador é a favor da impugnação
da candidatura dos que tenham
condenações criminais.
Também alegaram "problemas formais" na prestação de
contas os petistas Francisco
Chagas, Antonio Donato, Senival Moura e Beto Custódio, o
pedetista Claudio Prado e o tucano Juscelino Gadelha.
Carlos Apolinário (DEM), investigado pelo TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) por suposto
abuso de poder econômico,
também partiu para o ataque.
Ele publicou nota acusando a
ONG de demagogia.
"Por se achar honesta, coloca
na internet críticas generalizadas contra todos os políticos,
como se fossem paladinos da
moralidade", escreveu Apolinário. O vereador exigiu a divulgação dos doadores da ONG.
Para o diretor-executivo da
Transparência Brasil, Claudio
Abramo, as acusações são reflexo do "desespero". Ele avisou
que publicará os financiadores
da ONG. O vereador Agnaldo
Timóteo (PR) se irritou com a
informação de que foi condenado pelo TCU a restituir um
empréstimo de R$ 7.000 do extinto Instituto Previdenciário
dos Congressistas. "O caso foi
arquivado há mais de um ano",
explicou ele.
Myryam Athie (PDT), acusada pelo Ministério Público de
tráfico de influência, reclamou
da morosidade da Justiça. "Faz
cinco anos que o processo está
na 3ª Vara. A morosidade faz
com que eu não possa me defender", afirmou. Athie acha
que as "listas sujas" violam a
presunção de inocência.
O petista Arselino Tatto
(PT), alvo de uma ação por improbidade administrativa, faz
coro. "Ninguém é culpado antes de trânsito em julgado",
alertou. Os vereadores Antonio
Carlos Rodrigues (PR) e Ricardo Teixeira (PSDB) não ligaram de volta.
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