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ELEIÇÕES 2008 / ALIANÇAS
Aécio e Pimentel vão expor união informal para confrontar o PT
Petista e tucano preparam festa com bandeiras dos dois partidos no lançamento oficial da candidatura de Lacerda
Demonstração explícita da aliança, vetada pela direção do PT, mas apoiada por Lula, está prevista para acontecer na próxima quinta-feira
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador Aécio Neves e
o prefeito Fernando Pimentel
preparam para a quinta-feira
uma cena que a direção petista
tentou evitar ao proibir a aliança formal entre PT e PSDB em
Belo Horizonte: uma "festa de
bandeiras" petistas e tucanas
no lançamento oficial da candidatura de Márcio Lacerda à
prefeitura da capital mineira.
O tucano e o petista estão
acertando os últimos detalhes
do evento com o PSB, ao qual
Lacerda foi filiado recentemente para sair candidato. Segundo assessores, Aécio e Pimentel querem fazer uma demonstração explícita da aliança
proibida pela direção do PT.
Os dois contam com o apoio
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva nessa empreitada e já
pensam em um segundo ato
juntos -uma caminhada no sábado, dia 12, por ruas de Belo
Horizonte, acompanhados do
candidato Márcio Lacerda.
O governador e o prefeito tiveram uma conversa reservada
com Lula na segunda-feira em
Itajubá (MG). O presidente disse a eles que, depois do velório
de Ruth Cardoso, ficou ainda
mais convencido de que estão
no caminho certo, de construção de diálogo entre os dois
partidos. O presidente revelou
que pretende convidar Fernando Henrique Cardoso para um
jantar. Lula estuda fazer uma
homenagem à antropóloga, que
morreu na semana passada,
muito provavelmente batizando uma universidade com o nome da ex-primeira-dama.
"Meus amigos"
Em Itajubá, o presidente disse a Pimentel e Aécio ter percebido no velório da mulher de
FHC que "ali estavam meus
amigos, com quem temos posições comuns, de quem precisamos nos reaproximar". Na conversa, brincou, no entanto, com
a relação de Aécio e Pimentel,
dizendo que eles não precisavam exagerar: "Vocês estão
próximos demais."
O presidente voltou a dizer
que estava irritado com a Direção Nacional do PT por conta
do veto imposto à aliança PT-PSDB. Lula chegou a pressionar a cúpula petista a recuar do
veto em BH, decidido primeiramente pela Executiva e depois
ratificado pela Direção Nacional -que aceitou apenas o
acordo oficial entre PSB e PT; o
PSDB acabou aprovando em
convenção um apoio informal à
chapa, que tem como vice o petista Roberto Carvalho.
Apesar do veto oficial à aliança em BH, o governador tucano, em conversas com amigos,
avalia que ele e Pimentel atingiram seus objetivos e ainda ganharam três presentes.
Primeiro, a resistência da cúpula do PT transformou uma
eleição tradicionalmente provinciana, como a de Belo Horizonte, em tema nacional. Segundo, irritou Lula, que em reação declarou apoio explícito
ao acordo e ainda prometeu
participar da campanha.
Por último, rachou o partido,
mostrando que há um grupo
contrário não só ao acordo em
BH, mas também à forma como
o presidente está conduzindo a
sua sucessão dentro do PT, escolhendo Dilma Rousseff como
sua candidata em 2010.
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