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O governo tem condições de agir?
PAULO PEREIRA DA SILVA,:
"Sim. Ninguém mais do que o
Lula tem condições de melhorar a
situação do país porque ele tem
credibilidade, força no voto e
apoio popular".
JOSÉ MARIA DE ALMEIDA:
"Sim. O governo, até pelas promessas que fez e pela expectativa
que causou no povo, tem obrigação de resolver esse problema, e
tem condições para isso".
JOSÉ DOMINGUES GODÓI FILHO:
"Sim. O governo não só dispõe
como, nos últimos 30 anos, governo nenhum teve essa possibilidade com o apoio popular com que
ele conta. O que lamentavelmente
está caindo assustadoramente".
JOÃO PEDRO STEDILE:
"Não só o governo dispõe de
instrumentos necessários, como
só precisa aplicar a Constituição.
E, é claro, dar prioridade aos recursos do Orçamento, em vez de
pagar juros, pagar a dívida social,
dos dez anos do tucanato".
JOÃO PAULO RODRIGUES:
"O governo Lula dispõe de todas as condições para melhorar o
país como um todo, tendo em vista que, no Brasil, já existem leis e
condições econômicas para que o
povo tenha uma vida digna".
MARCOS COSMO DA SILVA:
"Primeiro, ainda está de mãos
atadas, seguindo as orientações
do FMI. Quando o fundo chega ao
país, chega dizendo como é que
tem de fazer. Como é que você
implementa o Fome Zero, quer
combater a violência, quer combater a situação de miserabilidade, se você faz um corte no Orçamento como o que foi feito já no
nosso governo, popular, democrático e tudo mais?".
MARCOS PROCHET:
"O governo tem todas as condições de mudar esse quadro. Basta
demitir o ministro Rossetto [Miguel Rossetto, do Desenvolvimento Agrário] e colocar as polícias para cumprir as decisões judiciais e parar de dar declarações
incentivando a desordem".
ANTÔNIO ERNESTO DE SALVO:
"O governo precisa identificar e
cadastrar os chamados sem-terra,
separar os que são realmente agricultores dos desempregados e desocupados e iniciar um programa
social com os desocupados e desempregados em seus locais de
origem, não nos acampamentos".
JOÃO DE ALMEIDA SAMPAIO FILHO:
"O governo tem de dar uma
imediata demonstração clara de
que não vai tolerar o desrespeito à
lei. O governo tem de parar de dizer uma coisa e fazer outra".
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES:
"Sim, e devem ser usados para
resolver o problema. A esperança
é a última que morre".
ABRAM SZAJMAN:
"Sim, o governo está começando a baixar os juros e o maior beneficiado com isso será o próprio
governo. Com a queda dos juros,
sobrará mais recursos para investir nos assentamentos no campo e
na cidade, e em investimentos
que gerem empregos".
ARMANDO MONTEIRO:
"O governo dispõe, sim, de condições para fazer as condições
melhorarem. O governo pode
abrandar as políticas monetária e
fiscal, que concorrem para o agravamento das tensões".
JORGE GERDAU JOHANNPETER:
"O governo tem todas as condições para melhorar a situação do
país. É uma questão de definição
política, de manter a ordem e organizar a situação".
HORACIO LAFER PIVA:
"O governo pode e deve utilizar
os instrumentos jurídicos à disposição, além de acionar o seu canal
privilegiado junto a esses grupos
para negociar programas definitivos, adequados e consistentes".
GABRIEL JORGE FERREIRA:
"Assegurar o respeito à lei e à
ordem, fazendo prevalecer os preceitos constitucionais sobre os direitos e garantias individuais".
RICARDO CARNEIRO:
"Do ponto de vista estritamente
econômico, o governo não devia
hesitar em diminuir rapidamente
a taxa de juros, em deflagrar programas de gastos mais significativos. O governo tem que gastar
mais, principalmente nas áreas
que movimentam a construção
civil. É estratégico. O governo tem
os instrumentos".
LUIZ WERNECK VIANNA:
"Por ora, aceitar as reivindicações no que for possível. Aumentar a prática dos assentamentos.
Dirigir mais dinheiro para o crédito da propriedade familiar. Políticas públicas tópicas para essas
questões. É possível levar isso topicamente, de forma generosa,
mais até do que foi feito no governo Fernando Henrique".
LUIZ GONZAGA BELLUZZO:
"Claro que sim. Basta encaminhar a questão da reforma agrária
nos moldes da lei. Quem pisar fora dos marcos legais tem que responder por isso".
LUCÉLIA SANTOS:
"O governo está fazendo as reformas tributária, previdenciária
e trabalhista tão esperadas e míticas no Brasil. Elas são indispensáveis".
TASSO JEREISSATI:
"Sim. O governo tem de cumprir a lei".
SÉRGIO MAMBERTI:
"As medidas que estão sendo
implementadas são corretas. No
caso do narcotráfico, o Ministério
da Justiça e a Polícia Federal têm
se manifestado muito claramente.
Do lado do problema social...".
JOSÉ GENOINO presidente nacional do PT:
"Sim. O governo pode melhorar
investimentos nas áreas sociais,
destinar mais dinheiro para a reforma agrária e colocar como
prioridade crescimento econômico para gerar empregos. Isso já está começando".
NILSON NAVES:
"Para melhorar a situação geral
do país, o governo deve promover
as reformas, ouvindo as partes interessadas. Tem que haver diálogo, sem o qual podemos, ao invés
de fazer com que o país avance,
fazer com ele retroceda".
GRIJALBO COUTINHO:
"Apesar dos passos equivocados iniciais, o governo dispõe de
legitimidade popular para mudar
os rumos da política econômica e
rediscutir as injustas condições da
forma de pagamento da dívida
externa, valorizando mais a força
de trabalho, ou seja, mantendo
um mínimo de fidelidade com a
trajetória que levou o líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República".
PAULO SÉRGIO DOMINGUES:
"Esse governo, principalmente,
o que pode fazer é investir no social, porque é exatamente a falta
da presença do Estado, especialmente nas periferias das cidades,
que permite a instalação do crime
organizado. O governo pode fazer
duas coisas essenciais: primeiro,
medidas para revitalizar a atividade econômica, gerando empregos, porque com trabalho há menos violência. Na outra ponta, a
da repressão à violência, a medida
necessária é aparelhar as polícias
para que os crimes sejam solucionados e não haja mais a situação
atual de impunidade, porque é ela
que incentiva a prática de crimes".
BOLÍVAR LAMOUNIER:
"Essa questão envolve três aspectos : a) crescimento da economia:
com os instrumentos de política
econômica que tem à mão no momento; b) criação de precondições: o governo certamente pode
contribuir muito nesse sentido,
apressando as reformas previdenciária e tributária e não fazendo
concessões indevidas a setores
corporativos; c) política social, de
maneira geral (ministérios e programas da área social): no início
do governo, criou-se a impressão
de que haveria ações imaginativas
e bem articuladas, mas, passados
seis meses, não percebo resultados muito efetivos. Suponho que,
nessa área, o governo poderia fazer mais".
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