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Lula propõe esforço a Bush para "salvar" Doha
Por telefone, brasileiro pede a americano que fale com ministro indiano
Segundo Lula, se EUA e Índia fecharam acordo na área nuclear, não deveria ser
tão difícil ceder para fechar um acordo na área agrícola
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes Luiz Inácio
Lula da Silva, do Brasil, e George W. Bush, dos Estados Unidos, conversaram por telefone,
ontem, em mais uma tentativa
de evitar o fracasso total da Rodada Doha de negociações comerciais.
A iniciativa do telefonema
partiu de Lula. O presidente argumentou ao colega norte-americano que ainda há um esforço a fazer para se chegar ao
acordo. Comentou que os dois
-assim como os representantes de outros países envolvidos
nas negociações- podem entrar para a história como aqueles que conseguiram um acerto
na Rodada.
Segundo auxiliares do presidente, Lula apelou ao americano dizendo que os Estados Unidos e a Índia conseguiram fechar um acordo na área nuclear
-portanto, disse ele, não deveria ser tão difícil ceder para se
chegar a um acordo na área de
agricultura, principalmente
num momento em que há escassez de alimentos no mundo.
Pedindo licença pela "ousadia", Lula sugeriu que Bush telefonasse ao primeiro-ministro
da Índia, Manmohan Singh, para falar sobre as negociações.
Disse também que na China,
onde estará a partir de quarta-feira para participar da cerimônia de abertura dos Jogos
Olímpicos, aproveitará para
conversar com o presidente
chinês, Hu Jintao. Bush, que
também estará na China, disse
que faria o mesmo.
Estados Unidos, Índia e China foram tidos como os principais responsáveis pelo fracasso
das negociações, principalmente devido a desacordos em
questões relacionadas ao protecionismo agrícola. Lula deve
conversar com Singh nos próximos dias.
Segundo assessores do Planalto, Bush disse que pedirá à
negociadora americana, Susan
Schwab, que telefone para o
chanceler Celso Amorim. O
americano comparou o estágio
das negociações da Rodada a
um corpo "muito enfraquecido", mas que ainda não está
morto.
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