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ELEIÇÕES 2002 - DEBATE PRESIDENCIAL
Número de participantes e disputa acirrada criam expectativa de que encontro na Bandeirantes seja marcado por embate mais direto
Candidatos fazem hoje 1º confronto na TV
RENATA LO PRETE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1998 não houve. Em 1994
ocorreu num cenário de polarização consolidada. Em 1989 a situação estava indefinida, mas os candidatos eram muitos, nem todos
competitivos, daí a dispersão de
perguntas e respostas.
O primeiro debate televisivo entre os presidenciáveis de 2002, hoje na TV Bandeirantes, diferencia-se de similares na história recente
do país por ocorrer em uma campanha marcada pela volatilidade e
por ter reduzido número de participantes. Os dois fatores elevam
as chances de confronto real.
Deverão estar na bancada, a
partir de 21h30, Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), Ciro Gomes (PPS),
José Serra (PSDB) e Anthony Garotinho (PSB) -detentores de,
respectivamente, 33%, 28%, 16%
e 11% das intenções de voto na
mais recente pesquisa Datafolha.
A presença de Garotinho depende
de alta médica (leia na pág. A-17)
A lei dispensa a emissora da
obrigação de convidar José Maria
de Almeida (PSTU) e Rui Costa
Pimenta (PCO), porque pertencem a partidos sem representação
na Câmara Federal. Almeida tem
1% no Datafolha. Pimenta não
atinge essa marca.
Na comparação com debates
anteriores, o desta noite se caracteriza por modesta participação
de jornalistas (veja o formato detalhado em quadro nesta página).
Além da mediadora, Márcia
Peltier, que apresentará a questão-tema do bloco de abertura, a
imprensa só entrará em cena no
terceiro segmento. Quatro jornalistas farão perguntas, cada um
para um candidato.
Nos outros três blocos, os postulantes ao Planalto farão perguntas uns para os outros, em ordem
já definida por sorteio, com direito a réplica e tréplica. Segundo
Fernando Mitre, diretor nacional
de jornalismo da Bandeirantes, o
objetivo é privilegiar o embate direto entre os candidatos.
"Se tudo correr bem", ele calcula, "cada um falará 17 vezes". O
"se" fica por conta da possibilidade de ofensas "morais ou desqualificativas". Nesses casos haverá
direito de resposta de 1min30s.
No bloco inicial, a ordem de respostas, também definida por sorteio, será: Lula, Garotinho, Serra e
Ciro. Nas considerações finais, a
sequência será inversa.
"Papel definidor"
O último debate promovido pela Bandeirantes, no segundo turno da eleição paulistana de 2000,
registrou média de 13 pontos no
Ibope (naquele ano, cada ponto
correspondia a 43 mil domicílios
na Grande São Paulo).
Dado o caráter acirrado da disputa deste ano, Mitre espera que o
programa possa ter "um papel definidor da situação em que chegaremos ao horário eleitoral gratuito", que começa no dia 20.
O cientista político Marcus Figueiredo, do Iuperj (Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio
de Janeiro), tem expectativa um
tanto diferente.
Sem negar importância ao
evento, ele considera, no entanto,
que seu efeito não será de definição, até pelo tempo que ainda resta de campanha.
"Como primeira possibilidade
de comparar os candidatos ao vivo, servirá mais como ponto de
partida para a consolidação de
preferências do eleitor", diz.
Na avaliação de Figueiredo, o
menor número de participantes
deverá contribuir para que se tenha um programa menos "engessado" que os de eleições recentes.
Um novo debate reunirá os presidenciáveis na TV Globo em 3 de
outubro, a três dias da realização
do primeiro turno. William Bonner será o mediador.
As regras do programa ainda estão em estudo. O diretor da Central Globo de Jornalismo, Carlos
Henrique Schroder, quer que elas
sejam "simples e poucas".
Na Bandeirantes, acontecem no
próximo domingo debates da sucessão estadual em pelo menos
menos cinco praças -São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande
do Sul e Paraná.
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