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NEPOTISMO
Congressistas já demitiram 30 parentes após decisão do STF
ANDREZA MATAIS
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que
proibiu o nepotismo provocou demissões no Congresso. Pelo menos 30 parentes
de deputados federais e de
senadores já foram demitidos desde a publicação da súmula que impediu a contratação de parentes até terceiro grau nos três Poderes.
Boletim administrativo da
Câmara dos Deputados divulgado ontem revelou que,
pelo menos, 14 parentes foram exonerados na última
semana. Já no Senado Federal, ontem foram demitidos
mais dois parentes.
O senador João Magalhães
(PMDB-MG) tinha contratado em seu gabinete mulher,
pai, sobrinho e a sogra. Todos foram exonerados. Somado, o salário da família do
deputado chegava a R$
11.540,68 por mês. A mulher
dele, Renata Magalhães, recebia o maior salário entre os
parentes: R$ 4.447,98.
A família do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA)
também perdeu o emprego.
Foram demitidos mulher, filho, um irmão e a sobrinha.
Os dois primeiros tinham os
maiores salários do gabinete,
de R$ 8.040,00 cada. Somando o salário do deputado com
o dos seus parentes, a renda
anual da família Fernandes
com salários chegava a R$
536.220,23. "Todos trabalhavam no meu gabinete e
eram úteis. Não era ilegal.
Agora que é não trabalham
mais", disse o deputado.
Ex-secretária
O deputado federal Gilmar
Machado (PT-MG) perdeu a
assessora por causa da decisão do Supremo. Ele se casou
com sua secretária parlamentar, Rosangela Borges,
no dia 27 de agosto, dois dias
depois de o Supremo publicar a súmula que proibiu o
nepotismo. Rosangela foi demitida na última semana.
As demissões foram seguidas de protesto. O deputado
federal Carlos Willian (PTC-MG) disse que demitiu a mulher só porque foi obrigado.
"É um absurdo", afirmou
Willian. A demissão de Layla
Souza ainda não foi publicada no Boletim da Câmara.
No Senado, o presidente
do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), demitiu o filho, enquanto o senador Flávio Arns
(PT-PR) exonerou o sobrinho. O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) demitiu 14
funcionários, mas esclareceu
que nenhum deles é seu parente: eles foram exonerados
para trabalhar em sua campanha pela Prefeitura do Rio.
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