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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Relatórios de bancos estrangeiros são efeito da "péssima condução da economia", diz presidenciável
Garotinho critica política econômica
LIEGE ALBUQUERQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os relatórios de bancos estrangeiros aconselhando clientes a desistirem de títulos da dívida brasileira são efeito da "péssima condução da economia brasileira" e
não da "possibilidade real" da esquerda chegar ao poder.
"Li o relatório do banco holandês (ABN Amro Bank) e eles citam "en passant" as eleições brasileiras. O que falam é dos rumos
incertos da política econômica",
afirmou o candidato à Presidência pelo PSB, Anthony Garotinho.
O ex-governador do Rio afirmou ainda considerar que o governo brasileiro não está respondendo à altura os relatórios dos
bancos: "O governo tem de responder com medidas imediatas.
Mas se tivesse investido em programas estratégicos, nenhum relatório daria esses conselhos".
Garotinho fez a afirmativa depois de ter participado, na sexta-feira à noite, da gravação do programa Passando a Limpo, da TV
Record, que vai ao ar hoje à noite.
Durante a entrevista, Garotinho
discutiu com o apresentador, o
jornalista Boris Casoy, que não
concordou que o Brasil esteja caminhando para o caos argentino.
"Estamos longe disso", disse Casoy. "Se o próximo governo não
mudar essa política é destino certo", afirmou.
No intervalo para os comerciais,
antes da responder sobre como
fazer a reforma tributária, os maquiadores enxugaram suor da testa e do pescoço do ex-governador.
No programa, o jornalista perguntou a opinião de Garotinho
sobre o apoio declarado de um
ministério da Assembléia de Deus
à campanha do presidenciável tucano José Serra: "A igreja é livre
para apoiar quem quiser".
Também na gravação do programa, o presidenciável do PSB
disse que o PT fala em união da
esquerda no primeiro turno "para
a mídia". "O PSB não faz aliança
com o partido no primeiro turno
em hipótese alguma", disse.
Para Garotinho, o PT é um "sepulcro caiado". Segundo ele, significa que o partido é uma estrutura "bem pintada por fora, mas
lá dentro é tudo sujo".
Disse que não quer o PT ao seu
lado porque o partido é desleal:
"O Zeca do PT (governador do
Mato Grosso do Sul) trabalha
com gente que desviou recursos
do FAT, por exemplo, mas eles só
apontam sujeira nos outros".
No programa, Garotinho disse
não achar importante o tempo no
horário eleitoral gratuito: "Acho
que debates e apresentações na
mídia, são mais eficientes".
Pela manhã, o coordenador nacional da campanha do PSB, o
prefeito licenciado de São Vicente, Márcio França, afirmou que a
prioridade da campanha era
"conseguir mais tempo para a exposição de Garotinho, cedidos pelos candidatos a governo do PSB".
"Discordo dele", disse Garotinho
depois da entrevista à televisão.
O apresentador do programa
perguntou a Garotinho de onde
vinha o dinheiro que estava sendo
usado para suas viagens. Segundo
ele, é do fundo partidário do PSB.
Depois da entrevista o ex-governador não soube o total do fundo
e indicou o tesoureiro da campanha, deputado Alexandre Cardoso. A reportagem ligou e deixou
um recado na secretária eletrônica do celular de Cardoso, mas não
obteve resposta.
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