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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO
Polícia prende 6 de suposta milícia no Rio
Grupo, que seria chefiado pelo deputado
Jorge Babu (PT), é acusado de crime eleitoral
Segundo a corregedora da
PM do Rio, moradores eram
pressionados a mudar título
para áreas dos milicianos;
envolvidos negam acusação
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia do Rio prendeu ontem seis pessoas acusadas de
integrar uma milícia supostamente chefiada pelo deputado
estadual Jorge Babu (PT). Segundo a polícia, ele e um tenente-coronel da Polícia Militar
-que foi preso- chefiavam a
milícia. O deputado nega.
O secretário de Segurança do
Rio, José Mariano Beltrame,
disse que o grupo cometeu crimes eleitorais e encaminhou o
material apreendido, incluindo
listas com números de títulos
eleitorais, para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Rio).
Ontem, policiais cumpriram
dez mandados de prisão e 20 de
busca e apreensão nas zonas
oeste e norte.
Até a conclusão desta edição,
seis pessoas haviam sido presas: o tenente-coronel da PM
Carlos Jorge Cunha, os PMs
Davinilson Freitas, Carlos Cunha e Alfredo de Oliveira, o
bombeiro Carlos José Dias,
além de Roberto de Lima.
Cunha já havia sido afastado
da PM por suspeita de prática
de "atos ilícitos", segundo o comandante da PM do Rio, tenente-coronel Gilson Pitta.
Os presos eram integrantes
da milícia e, na delegacia, alegaram que só falariam em juízo,
segundo a Draco (Delegacia de
Repressão às Ações Criminosas
Organizadas), que fez a operação. As prisões foram expedidas pela Justiça com base em
denúncia do Ministério Público que aponta Jorge Babu como
chefe da milícia. Babu não teve
a prisão pedida por ter foro privilegiado. Nesta semana, foi
suspenso do PT. Em associação
de moradores em Pedra de
Guaratiba, a polícia achou material de campanha do candidato a vereador Elton Babu (PT),
irmão de Jorge Babu.
A assessoria do deputado negou envolvimento de ambos
com milícias. Disse que Babu
entregou à CPI das Milícias da
Assembléia autorização para
quebra de seus sigilos.
Segundo a corregedora da
PM do Rio, Ivanetti Fernanda
de Araújo, os milicianos pressionavam pessoas que moravam em áreas dominadas pelo
grupo, mas tinham títulos eleitorais em outras regiões. "Temos indícios de que havia intimidação para mudança de foro,
para ser feito o voto dentro da
comunidade", afirmou ela.
A milícia que Babu comandava, segundo a Draco, era rival da
Liga da Justiça, que seria controlada pelo vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho, que está preso e nega
envolvimento no grupo.
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