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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Ex-presidente concorre ao governo de AL
Dez anos depois, Collor volta com bordões da campanha de 89
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Foram oito anos de inelegibilidade e mais alguns meses de "recolhimento". Agora, acabou. Fernando Collor de Mello, o presidente que renunciou para não sofrer impeachment, está de volta às
disputas eleitorais. E traz a reboque antigos correligionários da
"República das Alagoas" e conhecidas "marcas", como o bordão
"minha gente" e as duas letras ele
em verde e amarelo.
O ex-presidente, aos 52 anos,
disputa pelo desconhecido PRTB
o cargo de governador de Alagoas, posto que ocupou entre
1987 e 1989. "Tenho confiança,
minha gente, de que voltaremos a
estar juntos, trabalhando em conjunto e sempre com aquela vontade e o desejo de servir a Alagoas e
aos alagoanos", disse, ao gravar a
primeira entrevista após ser homologado candidato, no dia 30.
Na entrevista, concedida quinta-feira ao programa de TV "Cartas na Mesa" -entre os de maior
audiência em Maceió-, Collor
pediu "desculpas" aos alagoanos:
"Espero hoje ser uma pessoa melhor, alguém com mais humildade, mais consciência e muito mais
experiência, sem muito voluntarismo e sem achar que pode mudar o mundo da noite para o dia".
Collor chegou à Presidência
após derrotar Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) no segundo turno em
89. Em 92, deixou o governo acusado de acobertar esquema de
corrupção comandado pelo ex-caixa de campanha Paulo César
Farias, morto em 96. Em 94, o Supremo Tribunal Federal o absolveu da acusação de corrupção
passiva por 5 votos a 3.
Procurado pela Agência Folha,
o ex-presidente não quis dar entrevista. A candidatura ao governo de Alagoas, que tem 1,4% do
eleitorado nacional, é a volta de
Collor às urnas depois que o Senado o declarou inelegível, na
madrugada de 30 de dezembro de
92. Em 98, tentou se candidatar à
Presidência e, em 2000, à Prefeitura de São Paulo. Nas duas, foi barrado pela Justiça Eleitoral.
Em dezembro de 2000, comemorou o fim da punição do Senado com um grande churrasco em
Maceió, em que lançou seu nome
a senador. Mas teve que mudar de
idéia, já que seu grupo político
avaliava não haver outro nome
para enfrentar o governador Ronaldo Lessa (PSB), que tem o
apoio informal de PSDB e PMDB.
Entenda-se por "seu grupo político" um vasto conjunto de pessoas da antiga "República das
Alagoas ", o grupo que ele levou
ao poder em Brasília. Nos dois últimos eventos do PRTB, a inauguração do comitê provisório de
campanha e a convenção partidária, eles foram vistos aos montes.
O seu ex-secretário particular,
Cláudio Vieira, apareceu nos dois.
Ele tem, atualmente, uma banca
de advocacia em Maceió. O ex-deputado federal e aliado Cleto Falcão (PT do B), candidato à Câmara, também compareceu.
Para Lessa, a candidatura do ex-presidente significa "a volta de
Lúcifer para Alagoas ".
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