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Programa foi principal motivador para sua filiação, diz neopetista
DO ENVIADO A GUARIBAS (PI)
Como muitos petistas desde a
posse do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, Deusdete Alves da
Silva, 27, não sabe dizer se o PT é
de esquerda ou direita.
Uma das diferenças entre ele e
muitos dos que foram a Brasília
no dia 1º de janeiro está no fato de
que Deusdete ajudou a fazer de
Lula o presidente tanto quanto
Lula na Presidência ajudou a fazer
de Deusdete um petista: o morador de Guaribas afirma que o programa Fome Zero foi o que mais
influenciou na sua decisão, tomada há uma semana, de se filiar ao
PT. "É o partido que enxergou a
nossa parte", disse. Quem lhe disse que podia se filiar foi Elizomar
Silveira Bastos, o Mazinho, participante da campanha de filiação.
Como outras 500 pessoas em
Guaribas, o agricultor de milho e
feijão recebe o benefício de R$ 50
do programa. Com a quantia
compra "os complementos": arroz e leite para a mulher e os filhos. "Não dura até o fim do mês,
mas é uma ajuda."
Ele diz não entender o que seja
esquerda, após ser questionado
sobre a posição ideológica do partido a que acabava de se filiar. Mas
disse reconhecer no PT um partido socialista. "Acho, sim. É um
partido trabalhista, um partido
dos trabalhadores."
Para Deusdete, o programa social de Lula é mais que o Cartão-Alimentação: "Tudo que está
acontecendo na cidade é Fome
Zero. Tudo é Fome Zero".
Ele se refere ao seguinte: melhorias de infra-estrutura como a
construção de 66 novas casas e
obras de canalização d'água, prometida para final de outubro
-numa cidade em que até bem
pouco tempo as mulheres tinham
que andar quilômetros carregando baldes na cabeça para trazer
água para casa.
Na terça-feira última filiou-se
também o primo de Deusdete,
Romes Correia da Silva, 24. Também trabalha numa roça de milho
e feijão: "Como diz a sigla, é um
partido trabalhista. É uma prova
de que eu gosto de trabalho".
Romes, seu primo e familiares
prometem votos para o PT nas
próximas eleições. Devem fazer
ainda comícios e passeatas, que,
segundo Deusdete, também
acontecem na cidade, dividida em
dois lados por um açude. "A gente
sai de um lado, desce aqui, vai lá
embaixo, volta de novo." A passeata, diz Deusdete, deve ser seguida "por quem quer liberdade".
"Quem quer sofrimento que siga
o caminho do sofrimento."
(RC)
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