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De olho na eleição municipal, estratégia voltada a pequenas cidades custará R$ 400 mil e terá programa na televisão
PT lança campanha para chegar a grotões e filiar mais 1 milhão
JULIA DUAILIBI
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
De olho nas eleições de 2004, o
PT lançou uma ambiciosa campanha de filiação, cuja estratégia é
avançar rumo às pequenas cidades, onde o partido avalia que há
uma maior resistência a candidatos petistas, ultrapassando os limites dos centros urbanos, tradicionais redutos eleitorais da sigla.
O raciocínio é o seguinte: 88%
dos quase 6 mil municípios brasileiros são compostos por até 20
mil eleitores. Somados, dão mais
de um terço do eleitorado (38 milhões pessoas). O partido pretende conquistar 1,1 milhão de novos
petistas até dezembro de 2004. Somado aos atuais 400 mil militantes, o número de filiados à legenda
poderá chegar a 1,5 milhão.
Com essa estratégia, o PT vai
lançar um projeto chamado Pequeno Município, que será difundido em 423 microrregiões de todo o país, atingindo cidades onde
estão os chamados grotões rurais.
Cada uma dessas localidades terá
um coordenador que receberá
uma estrutura básica de trabalho:
telefone, fax e computadores.
"Vamos manter nosso peso nos
grandes centros, mas ampliaremos nos pequenos municípios",
declarou Sílvio Pereira, secretário
nacional de Organização do PT.
"Dessa maneira, vamos chegar
aos grotões, que, somando tudo,
dá um belo grotão", completou.
A campanha de filiação, orçada
em cerca de R$ 400 mil, prevê mil
outdoors espalhados pelo país,
folders, cartazes e disque 0800.
Apoio ao governo
O PT planeja ainda, por meio da
campanha de filiação, garantir
um maior e mais forte apoio popular às ações do governo federal,
principalmente após as desgastantes negociações para aprovação das reformas no Congresso.
O tema será levado ao horário
eleitoral de TV e de rádio em setembro (inserções estaduais) e em
outubro (cadeia nacional). Um
minuto desses programas será
destinado para a campanha de filiação. A agência de Duda Mendonça, dona de um contrato de
cerca de R$ 3 milhões com o PT,
será a autora das inserções.
Segundo Pereira, a campanha,
antes de tudo, é "estrutural". "Estamos preparando a sustentação
do governo e a estrutura para as
eleições de 2004. As coisas caminham junto. Esses são os dois
grandes fios condutores", disse.
A idéia é ampliar a inserção do
partido nos setores sociais. "Queremos ter todo o segmento social
sustentando o governo e o partido", afirmou o secretário.
A direção da legenda avalia que,
nos últimos anos, o PT envelheceu bastante. Por isso, a campanha focará o público mais jovem.
Caberá, entretanto, às secretarias
segmentar o projeto de filiação.
As áreas da juventude, da mulher
e do combate ao racismo, entre
outras, serão envolvidas.
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