São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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PAINEL

Par ou ímpar
O PFL já traçou seu plano para permanecer no centro do poder mesmo que Ciro Gomes não vença a eleição presidencial. Em reunião na semana passada, os líderes do partido definiram que assumirá o comando da sigla o grupo pefelista que tiver melhores relações com o eleito.

Dança de cadeiras
No caso de Serra passar para o segundo turno com Lula, Bornhausen deixará a presidência do PFL imediatamente e passará o cargo a José Jorge. Com Marco Maciel, promoveria a recomposição do núcleo pefelista com o PSDB -à exceção de ACM e Roseana, que preferem Lula.

Ponto de contato
Se Lula vencer as eleições, Roseana Sarney assumirá a presidência do PFL na virada do ano. A tarefa de aproximação dos pefelistas com o PT será facilitada pelo fato de o pai da maranhense, o ex-presidente Sarney, já apoiar o candidato petista.

Primeira raia
Serra utilizará a reta final da campanha, quando a audiência do horário eleitoral volta a melhorar, para tentar crescer nas pesquisas em cima de Lula. Considera que 10% dos atuais eleitores do petista não desgostam da gestão FHC, mas esperam algum tipo de mudança.

Verniz de oposição
O desafio para a campanha de Serra é tentar mostrar na TV que o presidenciável tucano, apesar de representar o governo FHC, tem mais capacidade do que o candidato petista para fazer mudanças de rumo que esses 10% de eleitores esperam.

À frente
Técnicos de informática do DF ficaram impressionados com um detalhe em relação às falsas urnas eletrônicas apreendidas pela PF: o modelo que serviu de inspiração ainda nem foi apresentado ao público pelo TSE, está em estudo e permite imprimir o voto no ato do sufrágio, para que o eleitor possa conferi-lo.

Contra o relógio
O governador Ronaldo Lessa (PSB-AL) tem uma semana para desarmar uma bomba-relógio na sua campanha. Cabos e soldados da PM ameaçam aquartelamento na próxima sexta-feira. Querem 38% de reajuste e armas para os policiais recém-contratados. Os policiais civis também devem parar.

Ocaso presidiário
O governo de SP marcou para o próximo dia 15 o início do fim do Carandiru. Às 9h, sairá o último grupo de presos para penitenciárias do interior. Tecnicamente, se Geraldo Alckmin quiser, será possível implodir ao menos dois pavilhões antes do primeiro turno das eleições.

Veneno de campanha
Alckmin, no entanto, está sendo aconselhado no PSDB a implodir os pavilhões do Carandiru apenas após o segundo turno. Teme-se que Maluf use a demolição do complexo para atacar o governo com o discurso de que "enquanto bandidos agem nas ruas, o tucano destrói cadeias".

Ippon
O judoca Aurélio Miguel, candidato a deputado federal pelo PPS-SP, reclama estar sendo excluído do programa de TV pelos líderes do partido em SP, João Herrmann e Emerson Kapaz, que tentam a reeleição. Apenas os dois dividem os 17 segundos diários que o PPS tem na TV.

Cabeça no tatame
O judoca diz ter pago R$ 1.500 ao PPS para poder disputar a eleição e que agora a sigla diz que só os "puxadores de voto" podem aparecer na TV. "Sou um atleta famoso com a imagem limpa e me considero puxador de votos. Pode ser que pensem que se eu aparecer na TV posso tirar a eleição de um deles."

Sai da frente
A coligação PSDB-PFL no Paraná ameaça tirar do horário eleitoral Rafael Greca (PFL), que disputa uma vaga na Assembléia do Estado, caso o ex-ministro continue se recusando a falar na TV de Beto Richa (PSDB), candidato de sua coligação à sucessão de Jaime Lerner.

TIROTEIO

De Antônio Britto (PPS-RS), sobre a demora de Ciro em responder aos ataques de Serra:
- O eleitor não brigou com o Ciro, apenas ficou zangado com a falta de resposta às agressões. Quem fez mal ao Ciro não foi o Serra, foi seu próprio silêncio.

CONTRAPONTO
Batalha paranormal

No sorteio que definiu a ordem das perguntas do debate da TV Record, realizado na última segunda-feira, o marqueteiro de Lula (PT), Duda Mendonça, resolveu "prever" os resultados.
-Nesse bloco eu quero que o Lula seja o primeiro- disse Duda para a produtora do debate.
A moça tirou o papelzinho de um bolo. Era o nome de Lula.
-Agora eu quero que seja o segundo- disse o marqueteiro. Novamente, batata.
No terceiro acerto, o marqueteiro de Serra (PSDB), Nelson Biondi, reagiu:
- Vamos parar com isso. Troca de produtora!
A moça foi substituída e, dali para a frente, Duda não acertou mais. Mas tripudiou:
- Nelson, eu passei uns dias na Bahia e voltei energizado!
Biondi diz que tomou uma decisão: da próxima vez, irá vestido de branco para "quebrar o encanto" do adversário.


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