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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Aliados pressionam Alckmin a criticar gestão Kassab na TV
Tucano chegou a atacar áreas como saúde e transporte, mas abrandou o tom
Ex-governador elevou o tom contra colegas do PSDB que apóiam prefeito e disse que "eles não têm compromisso com o povo ou o partido"
Luciano Amarante/Folha Imagem
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Serra e Kassab durante desfile de Sete de Setembro, no Anhembi
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a mais recente pesquisa
Datafolha, que apontou os candidatos Geraldo Alckmin
(PSDB) e Gilberto Kassab
(DEM) empatados tecnicamente em segundo lugar, o tucano passou a ser pressionado
por correligionários para voltar
a criticar a gestão do democrata
na Prefeitura de São Paulo.
Alckmin chegou a fazer críticas, especialmente à áreas da
saúde, nos programas eleitorais
de TV e de rádio, mas abrandou
o tom nos últimos dias.
Pela última pesquisa, Alckmin tem 22% das intenções de
voto e Kassab, 18%. A margem
de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Marta Suplicy (PT) lidera a disputa com 40%.
Cresceu a ala da campanha
do PSDB que defende mudança
no programa de TV. Estão entre os defensores os deputados
federais Edson Aparecido, Silvio Torres e Julio Semeghini.
Alckmin reluta, assim como o
marqueteiro Lucas Pacheco,
que comanda a campanha.
Verdadeiro PSDB
Também cresceu a pressão
para que o programa apresente
a campanha de Alckmin como a
do "verdadeiro PSDB", numa
tentativa de contrapor o apoio
de tucanos a Kassab. Ontem,
após um dia de agendas na zona
leste, Alckmin subiu o tom contra colegas de partido que
apóiam o atual prefeito.
"Em relação aos candidatos
do PSDB que apóiam o DEM,
eu lamento muito", afirmou
Alckmin. "Acho que essas pessoas não têm compromisso
nem com o povo nem com o
partido. Têm compromisso
com os cargos e com o governo.
O PSDB que eu defendo é outro", completou.
O ex-governador foi questionado sobre os atuais vereadores tucanos e secretários municipais como Walter Feldman
(Esporte), que têm participado
de eventos ao lado de Kassab.
"Não tem lógica esse tipo de
manifestação, mas é compreensível no calor dessa batalha. O mais importante é reconstruir a aliança no futuro",
disse Feldman.
Kassab
O prefeito afirmou ontem
que tem certeza de que o governador José Serra (PSDB) está
alegre com o índice de aprovação de seu governo de "quase
80%". Ao fazer as contas, Kassab soma o índice de 45% dos
eleitores ouvidos pelo Datafolha que consideram sua gestão
ótima ou boa com os 30% que a
classificaram de regular.
"O governador está em uma
situação muito peculiar. O partido dele tem um candidato.
Mas, por outro lado, esta gestão
também é dele", disse.
Tanto na avaliação de alckmistas como na de kassabistas
a disputa agora é pelo voto da
classe média, principalmente
no eleitorado anti-PT. Para isso, a estratégia será mostrar a
esse grupo quem tem mais
chances de derrotar Marta Suplicy, isolada na liderança das
pesquisas, no segundo turno.
A aposta da campanha de
Kassab é elevar a aprovação do
prefeito até 50% de ótimo ou
bom. Simultaneamente, Kassab vai repetir nas próximas semanas que conseguirá vencer
Marta no segundo turno, discurso repetido por Alckmin.
Os alckmistas contam ainda
com o apoio de Serra, que participará de um jantar com o candidato tucano na próxima
quarta-feira, para "provar" que
só o ex-governador tem o tamanho eleitoral necessário para
vencer Marta.
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