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PSB fica com Ciência e Tecnologia
PLÍNIO FRAGA
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSB acertou com a cúpula do
PT a indicação de Roberto Amaral, cientista político e ex-coordenador do programa de governo
do partido, para ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia, na
fase final de composição da equipe de Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente nacional do PSB,
Miguel Arraes, o candidato derrotado do partido à Presidência,
Anthony Garotinho, e a governadora eleita do Rio, Rosinha Garotinho, reuniram-se ontem com o
deputado federal José Dirceu, futuro ministro da Casa Civil, José
Genoino, desde ontem novo presidente nacional petista e Luiz
Dulci, secretário-geral do partido.
"Está tudo praticamente acertado", disse Arraes, sem citar os nomes acertados na conversa.
A Folha apurou que Amaral, vice-presidente nacional do PSB,
agrada tanto a Arraes quanto a
Garotinho como representante
do partido no governo Lula.
Garotinho tentou indicar ainda
o presidente da Petrobras, mas
conseguiu apenas o compromisso
de que será um nome do Rio. O
pagamento de royalties da Petrobras por extração de petróleo é
uma das principais receitas do
Rio, que será administrado por
Rosinha, mulher de Garotinho, a
partir de 1º de janeiro.
Lula passaria o fim-de-semana
em negociação para acertar sua
equipe de governo. Além de postos de partidos agora aliados como PSB, PPS, PMDB e PTB, a
principal dúvida ainda era a respeito do novo presidente do Banco Central. Lula resiste à idéia de
anunciá-lo antes de ter toda a sua
equipe escolhida. Se conseguir
encerrar o quebra-cabeça até hoje, pode divulgar sua equipe antes
da viagem para os Estados Unidos, cujo embarque está previsto
para segunda pela manhã.
O economista da PUC do Rio de
Janeiro Pedro Bodin ainda era ontem o nome mais cotado para o
cargo. Teria respondido afirmativamente a novas sondagens realizadas por petistas, segundo lideranças do partido.
Bodin agora tentava encontrar
um nome para a diretoria de Política Monetária do Banco Central,
considerada a mais importante
pelo mercado financeiro. Como o
Orçamento do ano que vem só
deve ser votado no dia 19, o Congresso será obrigado a se autoconvocar extraordinariamente,
em vez de entrar em recesso no
próximo dia 15, como previsto.
Assim, Lula ganhou ao menos
quatro dias para apresentar o nome do presidente do BC, que precisa ser analisado e sabatinado pela Casa, em processo que pode levar de dois a três dias. Sem isso,
Lula teria que assumir em 1º de janeiro com Armínio Fraga na Presidência do Banco Central.
As lideranças petistas no Congresso acreditam que o PFL pode
tentar dificultar a aprovação no
Senado do novo presidente do
Banco Central. Por isso querem o
envio o quanto antes, para facilitar a tramitação.
Se Lula não conseguir concluir
seu ministério até hoje, havia uma
pequena possibilidade de aceitar
antecipar os nomes do ministro
da Fazenda, Antônio Palocci, e
consequentemente do futuro presidente do BC. O problema é que
teria de fazer o anúncio nos Estados Unidos ou transferir a
honraria para o próprio Palocci.
Ambas as hipóteses são tidas como difíceis. Assim, Lula pode deixar para anunciar toda a sua equipe de uma vez na quinta ou na
sexta, como sempre planejou.
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