São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002

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PSB fica com Ciência e Tecnologia

PLÍNIO FRAGA
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

O PSB acertou com a cúpula do PT a indicação de Roberto Amaral, cientista político e ex-coordenador do programa de governo do partido, para ocupar o Ministério da Ciência e Tecnologia, na fase final de composição da equipe de Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, o candidato derrotado do partido à Presidência, Anthony Garotinho, e a governadora eleita do Rio, Rosinha Garotinho, reuniram-se ontem com o deputado federal José Dirceu, futuro ministro da Casa Civil, José Genoino, desde ontem novo presidente nacional petista e Luiz Dulci, secretário-geral do partido. "Está tudo praticamente acertado", disse Arraes, sem citar os nomes acertados na conversa.
A Folha apurou que Amaral, vice-presidente nacional do PSB, agrada tanto a Arraes quanto a Garotinho como representante do partido no governo Lula.
Garotinho tentou indicar ainda o presidente da Petrobras, mas conseguiu apenas o compromisso de que será um nome do Rio. O pagamento de royalties da Petrobras por extração de petróleo é uma das principais receitas do Rio, que será administrado por Rosinha, mulher de Garotinho, a partir de 1º de janeiro.
Lula passaria o fim-de-semana em negociação para acertar sua equipe de governo. Além de postos de partidos agora aliados como PSB, PPS, PMDB e PTB, a principal dúvida ainda era a respeito do novo presidente do Banco Central. Lula resiste à idéia de anunciá-lo antes de ter toda a sua equipe escolhida. Se conseguir encerrar o quebra-cabeça até hoje, pode divulgar sua equipe antes da viagem para os Estados Unidos, cujo embarque está previsto para segunda pela manhã.
O economista da PUC do Rio de Janeiro Pedro Bodin ainda era ontem o nome mais cotado para o cargo. Teria respondido afirmativamente a novas sondagens realizadas por petistas, segundo lideranças do partido.
Bodin agora tentava encontrar um nome para a diretoria de Política Monetária do Banco Central, considerada a mais importante pelo mercado financeiro. Como o Orçamento do ano que vem só deve ser votado no dia 19, o Congresso será obrigado a se autoconvocar extraordinariamente, em vez de entrar em recesso no próximo dia 15, como previsto.
Assim, Lula ganhou ao menos quatro dias para apresentar o nome do presidente do BC, que precisa ser analisado e sabatinado pela Casa, em processo que pode levar de dois a três dias. Sem isso, Lula teria que assumir em 1º de janeiro com Armínio Fraga na Presidência do Banco Central.
As lideranças petistas no Congresso acreditam que o PFL pode tentar dificultar a aprovação no Senado do novo presidente do Banco Central. Por isso querem o envio o quanto antes, para facilitar a tramitação.
Se Lula não conseguir concluir seu ministério até hoje, havia uma pequena possibilidade de aceitar antecipar os nomes do ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e consequentemente do futuro presidente do BC. O problema é que teria de fazer o anúncio nos Estados Unidos ou transferir a honraria para o próprio Palocci. Ambas as hipóteses são tidas como difíceis. Assim, Lula pode deixar para anunciar toda a sua equipe de uma vez na quinta ou na sexta, como sempre planejou.



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