São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Relatório do STF aponta possível escuta no tribunal

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Relatório da Secretaria de Segurança do STF, publicado pela revista "Veja" desta semana, diz que o gabinete do presidente da Corte, Gilmar Mendes, foi alvo de "um possível monitoramento [escuta ilegal] que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede". O Supremo informou ontem que adotou "medidas necessárias" para evitar escutas.
O relatório diz que, em 10 de julho, numa varredura de rotina, foi detectada suspeita de um grampo, que, mesmo instalado fora do prédio, seria capaz de captar conversas no gabinete do assessor-chefe da presidência do STF, sala que, diz a revista, é usada pelo ministro para reuniões. Em 11 de julho, o Painel informou que Mendes foi avisado por uma desembargadora de que a PF monitorou seu gabinete. A varredura ocorreu um dia após o presidente do STF mandar soltar Daniel Dantas, preso em 8 de julho.
Segundo o relatório, "na sala 321, do assessor-chefe da presidência, foi encontrado um sinal [...], com intensidade forte, fazendo o equipamento [de varredura] registrar o alerta máximo de uma provável escuta".
Ontem, o ministro Tarso Genro (Justiça) afirmou que a PF "está à disposição" para apurar eventuais escutas ilegais de conversas de Mendes (leia texto à pág. A14).
A "Veja" diz ainda que no Palácio do Planalto há a suspeita de que o chefe-de-gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, tenha sido espionado ilegalmente na Satiagraha.
Na mesma reportagem, informa que um assessor do Planalto viu transcrições de conversas de Carvalho e, a partir da análise do material, teria ficado claro que o conteúdo das conversas não tinha relação com o foco da investigação.
O pacote de transcrições foi enviado anonimamente ao Planalto, diz a "Veja". Procurada, a assessoria afirmou que o Planalto não ia comentar a reportagem, nem confirmar a existência ou não da suspeita. Grampos da PF mostraram conversas de Carvalho com o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, contratado por Dantas.


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