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Kassab tenta aproximação com evangélicos
Apoio do prefeito à Parada Gay, diz pastor, é motivo para rejeição; em pregação, homossexualismo é atacado
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a aplacar sua rejeição entre os evangélicos, o prefeito Gilberto Kassab (DEM)
participou da abertura da 7ª
Expo-Cristã, feira que reúne
representantes de diferentes
congregações evangélicas.
Ao lado do vereador tucano
Carlos Alberto Bezerra -a
quem deu as mãos durante a
oração-, Kassab assistiu a uma
hora de pregação, que incluiu
severas críticas ao homossexualismo. Antes da cerimônia,
que reuniu cerca de mil pessoas, ele consultou o presidente
do Conselho dos Pastores do
Brasil e do Estado de São Paulo,
Jabes Alencar, sobre sua avaliação entre evangélicos.
Segundo Alencar, o prefeito
já sofreu fortes restrições entre
eles, especialmente por conta
do apoio à realização da Parada
Gay na av. Paulista. Além disso,
a Lei Cidade Limpa afetou a fachada dos templos. Mas essa
resistência é cada vez menor.
"A rejeição dele entre os
evangélicos já foi muito maior",
disse Alencar, também questionado por Kassab sobre seu desempenho nas eleições.
"Ele me perguntou se eu sabia por que ele tinha chegado
até aí [nas pesquisas]. Respondi: o outro [Geraldo Alckmin]
que está te dando [pontos]."
Antes da abertura oficial da
exposição, o deputado estadual
Waldir Agnello (PTB) protestou contra um projeto de lei,
em tramitação no Senado, que
criminaliza a homofobia no
país. No palco, Agnello pediu
que evangélicos endossassem
um abaixo-assinado contra o
projeto. Segundo ele, a proposta "proíbe a livre manifestação
dos evangélicos". "No Brasil, se
critica Deus, se critica o diabo,
se critica a imprensa. Menos os
homossexuais", discursou ele.
Pouco antes, o presidente do
Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de Minas, Jorge Linhares, fez duros ataques
ao homossexualismo.
"Qualquer pai, por pior que
seja, não pode sonhar em ver
um filho montado por outro.
Ele não é um animal", pregou
Linhares, afirmando que os homens foram feitos para ter "relação sexual de frente".
Segundo Alencar, o preconceito contra o homossexual não
pode ser comparado ao sofrido
por negros ou mulheres. O homossexualismo, diz, é uma opção. À saída, Kassab disse que
não assinaria o abaixo-assinado de Agnello. "Defendo a diversidade. Isso é público. A prefeitura tem uma série de ações.
A Parada Gay é uma realidade",
disse. "Tenho em todos os momentos me manifestado como
cidadão e como prefeito."
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