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FUNCIONALISMO
Entidades ainda dizem que aumento foi pequeno
Reajuste anunciado por Alckmin foi eleitoral, dizem sindicatos e PT
VIRGILIO ABRANCHES
DA REDAÇÃO
O reajuste concedido pelo governo de São Paulo ao funcionalismo público -anunciado na semana passada- foi uma "propaganda eleitoral". É o que dizem os
principais sindicatos e o PT, partido de oposição ao governador
Geraldo Alckmin (PSDB).
Os sindicatos e a oposição também acusam Alckmin de não ter
uma política salarial definida para
os servidores. "Esse governo escolheu perto de outubro, está fazendo justamente devido às eleições.
Eles não têm política salarial para
o funcionalismo", disse o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de
São Paulo, Carlos de Castro.
"Quando falam de reajuste até
59% é propaganda. É isso que fica
no imaginário das pessoas. Mas
para nós não significa nada. É um
reajuste de uma gratificação que
já é pequena", disse a presidente
do Sindicato dos Servidores da
Saúde do Estado de São Paulo,
Célia Regina Costa.
Na última segunda, Alckmin
anunciou reajuste para o funcionalismo. Para a saúde não houve
aumento no salário, e sim na GEA
(Gratificação Especial de Atividade). Outro ponto para o qual os
sindicatos chamaram a atenção
foi o fato de os reajustes de salários não terem reposto a inflação
no período entre o último aumento concedido pelo governo e o
deste ano (veja quadro ao lado).
O líder do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado
Cândido Vacarezza, disse que o
governo anunciou o reajuste agora como "propaganda". "Eu sou a
favor do reajuste. Só precisamos
ver como o Estado faz isso. O governo do Estado engana, diz que
não pode dar um aumento maior
por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas isso é mentira."
Já especialistas em finanças públicas ouvidos pela Folha defenderam o reajuste do governo
Alckmin. Para o professor Juarez
Rizzieri, da Faculdade de Economia e Administração da USP, o
governo "está fazendo o que pode". "Esse aumento está sendo
consistente. O governo está fazendo o que pode", declarou ele.
Na mesma linha vai Fábio Gallo
Garcia, professor de finanças da
PUC-SP e da Fundação Getúlio
Vargas de São Paulo. "O governo
Alckmin é muito controlado. Portanto, se ele deu reajuste, é o que
ele podia dar e dentro da Lei de
Responsabilidade Fiscal."
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