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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Kassab dobra subsídio ao setor de transporte
Crescimento foi em julho e agosto; aporte de recursos na área permite à administração evitar aumentos na tarifa de ônibus
Kassab, Marta e Alckmin afirmaram em meados
de agosto que não irão reajustar tarifa em eventual primeiro ano de mandato
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em julho e agosto, meses iniciais do período eleitoral, a Prefeitura de São Paulo quase dobrou o valor mensal de subsídios ao setor de transporte público, na comparação com a
média do primeiro semestre
deste ano. O aporte de recursos
é uma das medidas que permite
à administração evitar aumentos na tarifa de ônibus.
O incremento nos repasses
nos últimos meses fez com que
a previsão orçamentária de investimento em subsídios para o
ano de 2008, no valor de R$ 350
milhões, fosse ultrapassada já
no início deste semestre.
Para cobrir as contas do setor, a gestão Gilberto Kassab
(DEM) teve que remanejar recursos. Ontem foi publicada no
"Diário Oficial da Cidade" a
transferência de R$ 90 milhões
dos cofres municipais para investimento nos subsídios. No
final de agosto, um aporte de
R$ 30 milhões com o mesmo
fim já havia sido oficializado
pela gestão. Os recursos foram
tirados da previsão de superávit financeiro da prefeitura.
Kassab e os outros líderes na
disputa pela prefeitura, Marta
Suplicy (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), disseram à Folha
em agosto que não vão reajustar a tarifa em um eventual primeiro ano de mandato.
Porém, técnicos da SPTrans
(empresa municipal responsável pelo transporte público)
avaliam que a atual situação
das contas do setor é motivo de
preocupação interna e deverá
ocorrer um reajuste da tarifa
dos ônibus, hoje de R$ 2,30,
após as eleições de outubro.
Oficialmente a prefeitura nega
a existência de tal cenário.
A quantidade de subvenções
para bancar a diferença entre
as receitas e as despesas do
transporte coletivo atingiu patamares recordes na década.
A mudança na estimativa de
subsídios ocorreu semanas
após Kassab ampliar o uso do
bilhete único de duas para três
horas e negar impacto negativo
nas contas. Ao contrário, disse
que haveria uma economia
anual superior a R$ 200 milhões a partir do combate a
fraudes e revisões contratuais.
Mantida a atual média mensal, as subvenções ao transporte coletivo, no final do ano, devem superar R$ 550 milhões.
Um termômetro da elevação
dos custos é a explosão nos repasses. Em julho, a prefeitura
teve que injetar R$ 86 milhões
para pagar as empresas de ônibus e os perueiros. Em agosto,
o aporte foi de R$ 70 milhões. A
média mensal de subsídios até
junho atingia R$ 40 milhões,
50% acima do patamar do mesmo período de 2007.
Outro lado
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Transportes
disse que o remanejamento de
R$ 90 milhões publicado ontem será utilizado para investir
em subsídios em setembro e
outubro- R$ 45 milhões em
cada um dos meses.
A secretaria reafirmou que os
recursos para custear a ampliação do horário do Bilhete Único
saíram "exclusivamente da
economia feita com as ações de
combate às fraudes".
Colaboraram ROGERIO PAGNAN e ALENCAR
IZIDORO , da Reportagem Local
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