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ELEIÇÕES 2004/PESQUISA
Serra sobe para 37% e passa Marta, 33%; Maluf cai a 12%
Tucano ganha sete pontos; ex-prefeito está mais longe de líderes, aponta Datafolha
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato José Serra (PSDB)
subiu sete pontos percentuais e
voltou a liderar isolado a disputa
pela Prefeitura de São Paulo, revela pesquisa Datafolha.
O tucano tem agora 37%, contra
33% da prefeita Marta Suplicy
(PT). Como a margem de erro é
de dois pontos percentuais para
mais ou para menos, no limite os
dois podem estar empatados, mas
essa hipótese é estatisticamente
improvável, segundo o Datafolha.
A situação é a mesma da pesquisa anterior, com os papéis invertidos, quando Marta tinha 34%, e
Serra registrava 30%.
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP)
caiu mais quatro pontos e agora
tem 12%, cada vez mais distante
dos dois líderes, dado que reforça
o cenário de polarização entre o
PSDB e o PT em São Paulo.
É o mesmo patamar que Maluf
registrava em setembro na eleição
de 2000, quando, em um cenário
totalmente diferente, foi para o
segundo turno com apenas 0,1% a
mais que o terceiro colocado, Geraldo Alckmin (PSDB).
A candidata do PSB, Luiza
Erundina, segue em trajetória de
queda. Oscilou dois pontos percentuais e tem apenas 4%.
Mudança já no 1º turno
O diretor do Datafolha, Mauro
Paulino, disse que o distanciamento de Serra e Marta dos outros candidatos é uma das explicações para o crescimento do tucano. "Os eleitores de Maluf e
Erundina perceberam os dois fora
do páreo, e a transferência de votos que ocorreria no segundo turno está acontecendo agora."
Praticamente três em cada quatro eleitores malufistas votariam
no tucano no segundo turno. Entre os que preferem Erundina, a
maioria também vai com Serra
contra Marta.
Foi nas duas semanas entre as
duas pesquisas que a polarização
entre o tucano e a petista se acentuou. Na semana que passou, a
mais importante até aqui na eleição, os candidatos decidiram
acentuar suas críticas a Serra:
Marta ameaçou uma "crise política" caso o tucano vença, e Maluf e
Erundina também centraram fogo no candidato do PSDB.
Segundo Paulino, do Datafolha,
a atual pesquisa reflete pouco o
resultado dessa estratégia, que só
será completamente captado em
levantamentos futuros.
O que a pesquisa Datafolha traz
à luz agora pode indicar um dos
motivos por trás da inflexão no
discurso de Marta. Como os partidos fazem pesquisas diárias, a subida de Serra seria uma das explicações para o alerta de que uma
eventual vitória tucana ameaça a
estabilidade no país.
Prefeita x candidata
A avaliação positiva que os paulistanos fazem da prefeita Marta
Suplicy não passou totalmente
para a candidata. Como a Folha
publicou ontem, 42% dos eleitores consideram o governo ótimo
ou bom, a melhor taxa da gestão.
O Datafolha realiza pesquisas
separadas, para que um levantamento não influencie o outro. Isso porque, se o pesquisador perguntar o que o eleitor considera
do governo Marta antes de questionar em quem vai votar, ou depois, pode alterar o resultado. Como os dois levantamentos são independentes, não é possível cruzar os dados.
A explicação levantada por Paulino para a disparidade entre avaliação e voto é a de que mesmo o
eleitor que considere o governo
bom pode achar que o outro candidato fará ainda melhor.
Ricos e instruídos
Na divisão por anos de estudo, o
maior crescimento de Serra foi
entre os paulistanos de nível superior, onde o tucano subiu 12
pontos percentuais.
De acordo com Paulino, geralmente a subida nessa camada se
reflete no total, em razão do maior
grau de poder de persuasão de
quem é mais instruído ao convencer outros eleitores.
O candidato do PSDB também
subiu acima da sua média entre os
eleitores com renda familiar mensal de dez salários mínimos ou
mais (R$ 2.600 por mês).
Como acontece no total geral,
Marta mantém-se praticamente
constante em todas os graus de
instrução e de renda.
Na divisão pela preferência partidária dos eleitores, a disputa
dentro de seu próprio terreno fica
equilibrada. Serra tem 80% dos
que são tucanos e 10% dos petistas. Marta fica com 79% dos simpatizantes do PT e 8% dos eleitores que optam pelo PSDB.
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