São Paulo, domingo, 13 de junho de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Candidatos petista e tucano sondam PPS, PSB, PTB, PMDB e PL

Marta e Serra disputam o apoio da base aliada de Lula

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os comandos das campanhas de Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo travam nos bastidores uma intensa disputa pelo apoio dos partidos da base aliada ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Líderes de PPS, que realiza convenção hoje, PSB, PTB, PMDB e PL mantiveram na última semana diálogos reservados com emissários do Planalto, com a prefeita paulistana e com o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB).
Na pauta, reivindicações e, principalmente, negociações sobre participação em governos atuais e futuros. Nos próximos dias, Marta deverá responder se aceita ceder a vaga de vice em sua chapa, também cobiçada pelo PMDB, aos petebistas, conforme negociação com o presidente da legenda, Roberto Jefferson.
O jogo dos tucanos no caso do PTB é defensivo. Em São Paulo, na última quarta, Jefferson, após ter encontrado a petista, também reuniu-se com Alckmin. O governador pediu a ele que lance um candidato próprio na capital.
O ministro José Dirceu (Casa Civil) também tem atuado para garantir o apoio ao PT na capital. Conversou sobre a eleição paulistana, nos últimos dias, com Jefferson. Telefonou ainda para Campos Machado, líder do PTB no Estado e aliado de Alckmin.
O PTB, PL e PPS integram a base governista de Alckmin no Estado, mas, além do apoio em Brasília, estão com Marta na Câmara Municipal paulistana.
A disputa na convenção do PPS neste domingo ilustra bem a divisão de forças dentro da legenda. O deputado estadual Arnaldo Jardim, próximo ao PSDB, e o federal João Herrmann, ligado ao PT, buscarão votos dos 96 delegados.
Jardim esteve com Alckmin na semana passada para tratar da eleição de outubro. Na semana anterior, foi a vez de o presidente do diretório municipal, Carlos Fernandes, encontrar-se com lideranças petistas. Até no PPS há quem duvide que o vencedor, qualquer que seja ele, leve a cabo a idéia de candidatura própria.
"Lamento profundamente a intervenção que o PT está fazendo no PPS", disse Jardim, referindo-se a pré-candidatura de seu adversário. "Vou tirar as garras do PSDB no coração do nosso partido", declarou Herrmann, que nega ter o apoio do PT.
O PL, partido do vice-presidente José Alencar, esteve praticamente fechado com Marta, mas nos últimos dias recuou e tenta ampliar seu espaço na composição de forças dos âmbitos municipal e federal. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, ameaçou lançar candidatura própria em São Paulo, caso o governo federal não destine mais recursos ao Ministério dos Transportes, a pasta da sigla. O partido deve definir, entre terça e quarta-feira, se apoiará ao PT.
"O PT está mais preocupado com o PMDB que com o PL. Quem sustenta o governo Marta são os cinco vereadores do PL. O PL pede uma atenção maior do governo federal em relação ao nosso único ministério [o dos Transportes]", declarou vereador do PL, José Viviani Ferraz.
Enquanto o PMDB e o PSB ensaiam uma aproximação, até agora pouco provável de ser realizada, o PT e o PSDB ainda insistem na composição com as siglas.
A ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina, pré-candidata do PSB, marcou convenção para o próximo dia 20 e afirma que deixará a vaga de vice aberta para os peemedebistas.


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