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ELEIÇÕES 2004
Candidatos petista e tucano sondam PPS, PSB, PTB, PMDB e PL
Marta e Serra
disputam o
apoio da base
aliada de Lula
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL
JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os comandos das campanhas
de Marta Suplicy (PT) e José Serra
(PSDB) à Prefeitura de São Paulo
travam nos bastidores uma intensa disputa pelo apoio dos partidos
da base aliada ao governo Luiz
Inácio Lula da Silva.
Líderes de PPS, que realiza convenção hoje, PSB, PTB, PMDB e
PL mantiveram na última semana
diálogos reservados com emissários do Planalto, com a prefeita
paulistana e com o governador do
Estado, Geraldo Alckmin (PSDB).
Na pauta, reivindicações e,
principalmente, negociações sobre participação em governos
atuais e futuros. Nos próximos
dias, Marta deverá responder se
aceita ceder a vaga de vice em sua
chapa, também cobiçada pelo
PMDB, aos petebistas, conforme
negociação com o presidente da
legenda, Roberto Jefferson.
O jogo dos tucanos no caso do
PTB é defensivo. Em São Paulo,
na última quarta, Jefferson, após
ter encontrado a petista, também
reuniu-se com Alckmin. O governador pediu a ele que lance um
candidato próprio na capital.
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) também tem atuado para
garantir o apoio ao PT na capital.
Conversou sobre a eleição paulistana, nos últimos dias, com Jefferson. Telefonou ainda para Campos Machado, líder do PTB no Estado e aliado de Alckmin.
O PTB, PL e PPS integram a base governista de Alckmin no Estado, mas, além do apoio em Brasília, estão com Marta na Câmara
Municipal paulistana.
A disputa na convenção do PPS
neste domingo ilustra bem a divisão de forças dentro da legenda. O
deputado estadual Arnaldo Jardim, próximo ao PSDB, e o federal João Herrmann, ligado ao PT,
buscarão votos dos 96 delegados.
Jardim esteve com Alckmin na
semana passada para tratar da
eleição de outubro. Na semana
anterior, foi a vez de o presidente
do diretório municipal, Carlos
Fernandes, encontrar-se com lideranças petistas. Até no PPS há
quem duvide que o vencedor,
qualquer que seja ele, leve a cabo a
idéia de candidatura própria.
"Lamento profundamente a intervenção que o PT está fazendo
no PPS", disse Jardim, referindo-se a pré-candidatura de seu adversário. "Vou tirar as garras do
PSDB no coração do nosso partido", declarou Herrmann, que nega ter o apoio do PT.
O PL, partido do vice-presidente José Alencar, esteve praticamente fechado com Marta, mas
nos últimos dias recuou e tenta
ampliar seu espaço na composição de forças dos âmbitos municipal e federal. O presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, ameaçou lançar candidatura própria
em São Paulo, caso o governo federal não destine mais recursos
ao Ministério dos Transportes, a
pasta da sigla. O partido deve definir, entre terça e quarta-feira, se
apoiará ao PT.
"O PT está mais preocupado
com o PMDB que com o PL.
Quem sustenta o governo Marta
são os cinco vereadores do PL. O
PL pede uma atenção maior do
governo federal em relação ao
nosso único ministério [o dos
Transportes]", declarou vereador
do PL, José Viviani Ferraz.
Enquanto o PMDB e o PSB ensaiam uma aproximação, até agora pouco provável de ser realizada, o PT e o PSDB ainda insistem
na composição com as siglas.
A ex-prefeita e deputada federal
Luiza Erundina, pré-candidata do
PSB, marcou convenção para o
próximo dia 20 e afirma que deixará a vaga de vice aberta para os
peemedebistas.
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