São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Banqueiro já foi acusado de pedir grampo

DA REDAÇÃO

Em 22 de julho de 2004, a Folha revelou que a empresa Kroll Associates, contratada pela Brasil Telecom para espionar a Telecom Italia, havia produzido relatórios nos quais a Polícia Federal viu indícios de práticas ilegais.
A Kroll foi contratada por Carla Cicco, então presidente da Brasil Telecom -empresa que na época era controlada por Daniel Dantas-, para investigar a Telecom Italia, que disputava o controle da BrT com Dantas.
Durante a espionagem, a Kroll teve acesso a dados fiscais do então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, e a e-mails do então ministro Luiz Gushiken.
Na época, a Polícia Federal prendeu um ex-funcionário da Kroll chamado Tiago Verdial, acusado de ser o intermediário para chegar às informações que interessavam ao banqueiro. Em uma gravação entregue pela Telecom Italia à PF, o espião atribuiu a Daniel Dantas e a Carla Cicco a ordem para violar sigilos telefônicos. Dantas e Cicco negaram participação em qualquer atividade ilegal.
Pouco depois, em outubro, a PF prendeu cinco funcionários da Kroll e apreendeu equipamentos da empresa. A Kroll negou ter feito escutas ilegais e afirmou que os equipamentos eram usados só para o rastreamento, e não para a realização de grampos telefônicos. Em nota recente, a empresa afirmou que "nunca participou de atividades de espionagem, incluindo escutas telefônicas e "invasão de e-mails'", e que a própria PF "emitiu laudo confirmando que o equipamento apreendido em 2004 serve para eliminar escutas".
Em abril de 2005, ao pedir a prisão preventiva de 13 pessoas investigadas no caso Kroll, o Ministério Público afirmou que Dantas contratou os serviços de investigação e monitoramento oferecidos pelo israelense Avner Shemesh, quando se tornou público que a PF estava no encalço da Kroll. O pacote incluiria realização de escuta ilegal e obtenção de extratos telefônicos. O principal alvo era Luiz Roberto Demarco, ex-sócio e inimigo de Dantas.
Na época, o advogado José Luís de Oliveira negou que seu cliente Daniel Dantas tivesse contratado Shemesh: "Em momento algum o Daniel o contratou. Essa afirmação não é verdadeira".


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