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ELEIÇÕES 2004
Quércia ainda resiste em abrir mão de indicar companheiro de chapa da prefeita Marta Suplicy em São Paulo
PMDB exige vice para fechar aliança em SP
JULIA DUAILIBI
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O PMDB de São Paulo, liderado
pelo ex-governador Orestes
Quércia, resiste em abrir mão da
indicação do vice-prefeito na chapa da prefeita Marta Suplicy (PT),
candidata à reeleição na capital
paulista. Diante da pressão do
grupo de Marta, que pretende indicar o secretário de Governo, Rui
Falcão, para vice, o PMDB ameaça lançar um candidato próprio.
O PT negocia um acordo com o
PMDB municipal por meio do
qual ofereceu ao partido a secretaria da Habitação e a Cohab, além
da coligação na chapa proporcional, a que elegerá os vereadores.
Hoje o partido participa do governo apenas com cargos nas subprefeituras da cidade.
Os vereadores do PMDB, que
fazem parte da base governista da
prefeita Marta, são entusiastas do
acordo, cujo principal articulador
é o próprio secretário Rui Falcão.
"A tendência do PMDB é ter
candidato próprio. A não ser que
haja uma composição na chapa
majoritária. A minha posição nisso colide com a dele [Falcão]. O
PMDB quer ter candidato", afirmou Orestes Quércia. Se não houver composição, o ex-governador
diz defender o lançamento de Michel Temer, presidente do partido, na disputa pela prefeitura.
Para o PT, é interessante coligar-se com o PMDB, principalmente devido ao tempo de televisão. O problema é justamente ter
de ceder o vice: os planos políticos
de Marta passam pela candidatura ao governo do Estado em 2006,
o que poderia jogar a prefeitura
nas mãos de outra legenda. A solução encontrada foi buscar um
nome da confiança de Marta.
A escolha de Falcão deixa livre o
caminho para a prefeita, caso ela
se reeleja, abrir mão do comando
da capital para disputar a sucessão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no Palácio dos Bandeirantes, sonho acalentado desde 1998, quando ela ficou em terceiro lugar na disputa.
Os peemedebistas paulistas não
se empolgaram com o espaço recebido na reforma ministerial de
Luiz Inácio Lula da Silva, o que
não tem ajudado nas negociações
com o PT. O partido ficou com as
pastas das Comunicações (Eunício Oliveira) e da Previdência Social (Amir Lando).
Dentro do PT, o sinal verde para
a indicação de Falcão no posto de
vice foi dado pelo Planalto. O grupo político do ministro José Dirceu (Casa Civil) chegou a ser contra esse arranjo, mas acabou prevalecendo a posição da prefeita
paulistana e de seus aliados.
O próprio Dirceu, o senador
Aloizio Mercadante e o presidente do partido, José Genoino, também pleiteiam o direito de concorrer ao governo do Estado.
"Nós sempre achamos que deveria ser um nome de dentro do
partido", disse o presidente do
Diretório Municipal do PT, o deputado estadual Ítalo Cardoso.
A decisão deverá ser oficializada
no encontro que o diretório do PT
realiza nos dias 13 e 14 de março
próximo. A única aresta a ser aparada dentro do partido hoje é a situação do atual vice-prefeito de
Marta, Hélio Bicudo, que estaria
insatisfeito com o acordo.
No mês passado, Bicudo disse
que era "natural" a permanência
dele no posto em caso de uma reeleição da prefeita. A Folha tentou
falar com o vice-prefeito, mas ele
disse, por meio de sua assessoria,
que não comentaria o caso.
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