|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GOVERNADORES
ALAGOAS
Candidatos elevam tom dos ataques pessoais na campanha ao governo; panfletos e pichações recheiam a disputa no Estado
Lessa e Collor ampliam ofensas e baixam nível
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Os eleitores de Alagoas, principalmente os que moram em Maceió, assistem a uma campanha
ao governo estadual recheada de
ofensas pessoais, brigas judiciais e
até investigações policiais.
Na segunda-feira, o Tribunal
Regional Eleitoral determinou a
retirada do ar de uma propaganda de Fernando Collor (PRTB),
candidato ao governo do Estado,
em que é destacada a expressão
"nem por um cacete", dita pelo
governador Ronaldo Lessa (PSB),
que é candidato à reeleição.
A censura à propaganda atende
a liminar impetrada por Lessa. A
representação pede direito de resposta dentro do horário de Collor.
A defesa de Lessa alega que a
propaganda de Collor-levada ao
ar na semana retrasada-, de
"forma grosseira e desleal", degrada a imagem e ridiculariza o
candidato do PSB ao governo.
A expressão foi dita por Lessa
durante um comício de campanha no município de Cajueiro (66
km de Maceió), no dia 29 do mês
passado.
Além disso, circularam por Maceió folhetos apócrifos em que
aparecem numa foto, em primeiro plano, dois supostos militares.
A imagem é seguida do seguinte
texto: "Os caras-pintadas do governo: esses dois atléticos "seguranças" do governador Lessa garantem, além da segurança, a satisfação pessoal e sexual".
Além disso, outdoors de Lessa
foram pichados com menções
agressivas ao governador e a Kátia
Born (PSB), prefeita de Maceió.
"Essa imundície que circula na
cidade está sendo vomitada pela
turma do Collor. É mais uma prova de que ele não mudou nada,
continua o mesmo, praticando
golpes baixos e agindo sem o menor pingo de ética na política, como autêntico representante das
forças do atraso e da corrupção",
declarou o governador Lessa.
Por outro lado, uma carta anônima com referências pejorativas
e impublicáveis a respeito de familiares e do próprio Collor foi
propagada por Maceió.
O material foi transmitido por
fax a diversos órgãos públicos e
chegou às mãos da juíza da propaganda eleitoral Elizabeth Nascimento, que determinou à Polícia
Federal que investigasse o caso.
Prefeito esmurrado
Circulou também pela capital
ao longo da última quinta-feira
uma história de que Collor teria
esmurrado um prefeito do interior antes de um comício. A suposta vítima, o prefeito de Carneiros, Genivaldo Agra (PTB), nega,
assim como o ex-presidente.
Em resposta a questão apresentada sobre os ataques pessoais
que têm marcado a campanha,
Collor afirmou que Lessa foi
quem deu início ao ciclo.
"O programa eleitoral começou
discutindo propostas de governo,
sem ataques pessoais, sem baixar
o nível da campanha. Começou
até de forma "light". Da quarta-feira da semana passada pra cá, o
programa mudou um pouco a linha para responder às agressões
que estão sendo feitas por Lessa
desde o começo da campanha",
declarou Collor, por meio de um
de seus assessores.
Na avaliação da cientista política Belmira Magalhães, da Universidade Federal de Alagoas, a baixaria é consequência de "uma
campanha apelativa, que busca
conquistar o eleitor menos informado e iletrado".
Ela declarou que os alagoanos
estão sendo vítimas de uma campanha em que são apresentadas
propostas "inadmissíveis, impossíveis de serem cumpridas".
"A baixaria ocupa o lugar de um
debate político com propostas
reais", avalia a cientista política.
Texto Anterior: Cabeça de eleitor: Aeroviária pensa em votar em Lula Próximo Texto: Frases Índice
|