São Paulo, domingo, 18 de abril de 2004

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Sertanista cogita disputa de índios

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ESPIGÃO
D'OESTE (RO)

O sertanista Apoena Meireles, 55, disse que garimpeiros podem ter sido mortos devido a um desentendimento entre dois grupos indígenas. Um favorável à exploração de diamantes por brancos na área e outro contrário. Ele é um dos indicados pela Funai para acompanhar o caso no local.
Segundo o sertanista, os garimpeiros podem ter feito acordo com um grupo de índios para explorar diamantes na área da reserva, desagradando a membros de "outro clã". O grupo descontente teria, então, matado os garimpeiros. Cerca de 150 deles tinham montado um acampamento na região dos cinta-larga.
"Agora não é bom falar português", disse o cacique João Cinta-Larga, conhecido como João Bravo. Estava em Cacoal (660 km de Porto Velho) na quinta-feira, onde embarcou em um monomotor para a terra indígena.
Na aldeia do cacique, chamada Parque do Aripuanã, está localizado o garimpo Baixão do Laje onde, desde agosto de 2003, os índios exploram diamantes.
João Bravo disse que no início da semana passada prestou depoimento à Justiça Federal. "Falam que autorizei a venda de diamantes. No dia 20, tem outro depoimento. Só depois eu falo."
Não quis comentar as mortes de garimpeiros. Disse apenas que terminou de construir, com dinheiro do garimpo, uma mini-hidrelétrica no rio Roosevelt para atender a aldeia. (HC)

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