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Políticos da base e oposição criticam sentença
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ministros do governo Lula,
políticos aliados e oposicionistas criticaram a multa aplicada
à Empresa Folha da Manhã, à
Editora Abril e à pré-candidata
petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT).
"É evidente que entrevistas
não são propaganda eleitoral, e
sim exercício de jornalismo",
afirmou o ministro Franklin
Martins (Comunicação Social).
Para Tarso Genro (Justiça), a
decisão será modificada. "Acho
um equívoco. Uma decisão desse tipo -com todo o respeito
que tenho pelo Poder Judiciário e pelo magistrado- evidentemente vai ser reformada."
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), também criticou a decisão. "Houve
uma precipitação. A imprensa
só está exercendo o seu papel."
Para o presidente da Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), foi
um "abuso" e uma decisão totalmente equivocada. "Vários
atores políticos são sempre entrevistados. Vejo que não se pode considerar antecipação de
campanha quando ela [Marta]
não é nem candidata, porque
ainda não houve a convenção."
O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou que a decisão foi um "exagero", mas disse acreditar que
tanto os veículos de comunicação como a pré-candidata devam ganhar ao recorrer da multa em outra instância. "O que tivemos foi uma entrevista política responsável, com perguntas desafiadoras."
Na opinião do líder do PT na
Câmara, Maurício Rands (PE),
a decisão do juiz deixa o pré-candidato como "um candidato
fantasma". "Como o candidato
vai falar com o povo se não puder dar entrevista?"
"Foi um exagero de interpretação", disse o líder do PMDB
na Câmara, Henrique Eduardo
Alves (RN). O deputado José
Aníbal (PSDB-SP) classificou o
ato como "cerceamento da liberdade de expressão". "Imagine se Barack Obama e Hillary
Clinton não pudessem dar entrevista lá nos Estados Unidos,
não pudessem falar da guerra
no Iraque e outros assuntos polêmicos. Não faz sentido."
Líder do PSDB no Senado,
Arthur Virgílio (AM) afirmou
que a decisão estimula a "autocensura". "Isso é pior que a censura", disse o tucano. "Não podemos calar a voz de ninguém."
O deputado Miro Teixeira
(PDT-RJ) observou que a
Constituição veda toda restrição à "manifestação de pensamento, criação, expressão e informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo".
O senador Pedro Simon
(PMDB-RS) apontou que a
Justiça Eleitoral não tomou nenhuma medida contra as viagens do presidente Lula pelo
país. "Ele vai a lugares para
anunciar realizações e obras
que nem sequer tiveram início.
Isso é que é campanha."
Já Delcídio Amaral (PT-MS)
classificou como "inacreditável" o caso. "Estão cerceando o
trabalho dos veículos de comunicação, que é informar."
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