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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Bancada do PSDB registra chapa com 424 pró-Kassab
Governador José Serra manifesta disposição de intervir para evitar disputa no partido
Convenção municipal, no domingo, será marcada pelo enfrentamento; "Vamos para o suicídio", reconheceu o vereador Ricardo Teixeira
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar dos apelos do ex-governador Geraldo Alckmin, a
bancada do PSDB na Câmara
Municipal registrou ontem,
com apoio de 424 assinaturas,
chapa em apoio à reeleição do
prefeito Gilberto Kassab
(DEM). Mantida, a convenção
do PSDB, no domingo, será
marcada pela disputa em voto.
O governador de São Paulo,
José Serra, manifestou a disposição de intervir, segundo relato do presidente municipal do
partido, José Henrique Lobo.
Segundo Lobo, Serra telefonou da Rússia para consultá-lo
sobre a conveniência de uma
ação junto à bancada. "O governador chamou de descabida essa insistência pela disputa."
Na conversa, Lobo recomendou que o próprio governador
avaliasse se deve ou não agir.
Mas se mostrou cético: "As coisas fugiram do controle".
No início da noite, ao receber
um telefonema de Alckmin, Lobo também sugeriu que ele se
preparasse para o embate.
Um apelo de Serra seria um
dos únicos antídotos à crise.
"Só recuo se meu comandante
mandar", disse Gilberto Natalini, líder do PSDB na Câmara.
Serra, no entanto, tem resistido à idéia de pedir que os vereadores desistam da aliança.
Ontem, Alckmin não conseguiu convencê-los. Além de insistentes ligações para os vereadores, o ex-governador chegou a chamar um deles -José
Rolim- para uma conversa.
"Você está maluco", disse Alckmin, segundo Rolim. De acordo
com tucanos, ele cobrou intervenção do presidente estadual
do PSDB, Mendes Thame.
Natalini e outros dez vereadores apresentaram, além da
chapa de oposição a Alckmin,
lista com 295 assinaturas para
inscrição de seus nomes para a
disputa pela Câmara. "Vamos
para o suicídio", reconheceu o
vereador Ricardo Teixeira.
Para assegurar a vaga, deverão contar com 20% dos votos
em convenção. Terão de disputar espaço na chapa apresentada pela Executiva do partido.
Na manhã de ontem, Thame
e o deputado Júlio Semeghini
tentaram demovê-los. Na conversa, Natalini e o vice-líder do
governo na Câmara, José Police Neto, admitiram a possibilidade de reavaliar a decisão.
"Não existe chapa de brincadeira", reagiu Thame. Semeghini avisou que não seria possível retirar as mais de 400 assinaturas em apoio à disputa.
Contrariando sua opinião
-de que deveria haver disputa
na convenção-, até o governador interino, Alberto Goldman,
ligou para tucanos na tentativa
de apaziguar a situação. Sua
mobilização alimentou rumores de que agia a pedido de Serra. Mas o chefe da Casa Civil de
São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira, admite que não há controle. "Os vereadores dizem
que agora é com eles."
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