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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Racha se agrava e Alckmin recorre ao PSDB nacional
Sérgio Guerra é chamado para tentar convencer kassabistas a desistirem de disputa
Alckmistas, que duvidavam que promessa de embate fosse cumprida, temem que quórum baixo beneficie ala pró-Kassab na convenção
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após a ala contrária a
sua candidatura ter protocolado assinaturas necessárias para
enfrentá-lo em convenção, o
ex-governador Geraldo Alckmin e seu grupo de apoiadores
atravessaram ontem uma nova
crise e decidiram apelar ao comando nacional do PSDB na
tentativa de evitar um confronto na votação de domingo.
Alckmin passou o dia reunido com correligionários, e o
presidente nacional dos tucanos, senador Sérgio Guerra
(PE), chegou ontem à noite à
capital paulista para tentar evitar o dilaceramento do partido.
A pedido do ex-governador,
Guerra tentou convencer o deputado federal Walter Feldman, expoente da ala pró-Kassab, a desistir da disputa. Mas o
encontro foi marcado pelas reclamações dos vereadores contra a Executiva municipal do
partido. Não houve um acordo.
"Hoje está um caos, está muito
difícil. Os dois lados estão intranquilos", disse Guerra, que
deve voltar a se reunir com os
vereadores pró-Kassab hoje.
Alckmistas mais radicais
chegaram a defender que o ex-governador, em um gesto extremo, abrisse mão da candidatura e atacasse os que trabalham por Kassab, inclusive o
governador do Estado, José
Serra. Mas a decisão foi em sentido contrário: mobilizar os
apoios para a convenção.
"O PSDB deu quadros e empenhou apoio à atual administração municipal de São Paulo,
mas nunca hipotecou sua alma.
Por isso, a candidatura Alckmin é inegociável", diz o deputado Silvio Torres, um dos mais
próximos do ex-governador.
Hoje, na sede municipal do
partido, Alckmin apresenta o
apoio do PHS à candidatura.
Até anteontem à noite, Alckmin e seu grupo duvidavam de
que os vereadores tucanos, capitaneados por Feldman, levassem ao fim a estratégia de enfrentá-lo na convenção. Quando a chapa contra ele foi protocolada, uma nova crise explodiu na sua pré-campanha.
Uma preocupação agora é o
quórum da convenção. Historicamente, o comparecimento é
pequeno. Hoje, são 1.344 tucanos com direito à voto. Se se
confirmarem os 424 votos dos
delegados que assinaram a lista
pela aliança e tiveram apoio de
quem não assinou, os kassabistas seriam beneficiados pela
presença menor na votação.
O advogado Alberto Rollo foi
contratado pelos vereadores
para garantir a participação deles na disputa. Eles propuseram votação em cédula de papel, acompanhada por fiscais. A
Executiva diz que a votação é
eletrônica e secreta. A Folha
apurou que o quartel general
da campanha de Kassab ficará
no edifício Joelma, local do diretório municipal tucano.
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