São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Racha se agrava e Alckmin recorre ao PSDB nacional

Sérgio Guerra é chamado para tentar convencer kassabistas a desistirem de disputa

Alckmistas, que duvidavam que promessa de embate fosse cumprida, temem que quórum baixo beneficie ala pró-Kassab na convenção


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após a ala contrária a sua candidatura ter protocolado assinaturas necessárias para enfrentá-lo em convenção, o ex-governador Geraldo Alckmin e seu grupo de apoiadores atravessaram ontem uma nova crise e decidiram apelar ao comando nacional do PSDB na tentativa de evitar um confronto na votação de domingo.
Alckmin passou o dia reunido com correligionários, e o presidente nacional dos tucanos, senador Sérgio Guerra (PE), chegou ontem à noite à capital paulista para tentar evitar o dilaceramento do partido.
A pedido do ex-governador, Guerra tentou convencer o deputado federal Walter Feldman, expoente da ala pró-Kassab, a desistir da disputa. Mas o encontro foi marcado pelas reclamações dos vereadores contra a Executiva municipal do partido. Não houve um acordo. "Hoje está um caos, está muito difícil. Os dois lados estão intranquilos", disse Guerra, que deve voltar a se reunir com os vereadores pró-Kassab hoje.
Alckmistas mais radicais chegaram a defender que o ex-governador, em um gesto extremo, abrisse mão da candidatura e atacasse os que trabalham por Kassab, inclusive o governador do Estado, José Serra. Mas a decisão foi em sentido contrário: mobilizar os apoios para a convenção.
"O PSDB deu quadros e empenhou apoio à atual administração municipal de São Paulo, mas nunca hipotecou sua alma. Por isso, a candidatura Alckmin é inegociável", diz o deputado Silvio Torres, um dos mais próximos do ex-governador.
Hoje, na sede municipal do partido, Alckmin apresenta o apoio do PHS à candidatura.
Até anteontem à noite, Alckmin e seu grupo duvidavam de que os vereadores tucanos, capitaneados por Feldman, levassem ao fim a estratégia de enfrentá-lo na convenção. Quando a chapa contra ele foi protocolada, uma nova crise explodiu na sua pré-campanha.
Uma preocupação agora é o quórum da convenção. Historicamente, o comparecimento é pequeno. Hoje, são 1.344 tucanos com direito à voto. Se se confirmarem os 424 votos dos delegados que assinaram a lista pela aliança e tiveram apoio de quem não assinou, os kassabistas seriam beneficiados pela presença menor na votação.
O advogado Alberto Rollo foi contratado pelos vereadores para garantir a participação deles na disputa. Eles propuseram votação em cédula de papel, acompanhada por fiscais. A Executiva diz que a votação é eletrônica e secreta. A Folha apurou que o quartel general da campanha de Kassab ficará no edifício Joelma, local do diretório municipal tucano.


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