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FORÇAS ARMADAS
Viegas planeja preparar efetivo para ação urbana
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Incomodado com os recentes
deslocamentos das Forças Armadas para ações emergenciais nos
Estados, o ministro José Viegas
(Defesa) determinou, sob caráter
de urgência, a instalação de um
grupo de trabalho na pasta para
propor em 60 dias uma solução
para o aumento de tal demanda.
Na prática, o ministro, que considera "inconveniente" o uso de
soldados não-treinados nesses
trabalhos, quer adestrar e equipar
o mais rápido possível determinado número de militares para justamente as chamadas ações de garantia da lei e da ordem, ou seja,
quando os efetivos policiais estaduais estiverem esgotados -insuficientes, inexistentes ou indisponíveis. Para Viegas, as funções
das Forças Armadas não podem
ser confundidas com a de polícia.
Nas últimas semanas, soldados
do Exército foram enviados a Minas e ao Piauí por causa das greves locais de policiais civis e militares. O pedido veio dos governadores e foi acatado de imediato
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Em março, as tropas chegaram a se mobilizar para combater a violência no Rio. Só não entraram em ação por causa de recuo político do governo estadual.
Viegas tem pressa. Já disse que o
problema de segurança nos Estados tende a se agravar cada vez
mais, o que, conseqüentemente,
aumentará a demanda para o uso
das Forças Armadas. Por isso, segundo a Folha apurou, determinou na semana passada a formação do grupo de trabalho, integrado por Marinha, Exército e Aeronáutica e pelo próprio ministério.
Uma coisa é certa: com o problema orçamentário, que já inviabiliza o reajuste aos militares, aumentar o efetivo está descartado
nas discussões, que devem começar na próxima semana. A idéia
inicial é que saia da polícia das
Forças Armadas o primeiro efetivo do grupo especial. Eles teriam
treinamento específico para patrulhamento urbano e seriam
equipados para isso (armas mais
leves e coletes à prova de bala).
Cerca de 6.000 homens integram hoje a polícia das Forças Armadas -numa atuação que, segundo o ministério, tem "paridades" com a patrulha nas cidades.
Eles estão espalhados em todos os
Estados.
(EDUARDO SCOLESE)
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