|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PF apura uso de time para lavar dinheiro
Empresa ligada ao banqueiro Daniel Dantas geriu por oito anos o Bahia, que teve prejuízo de R$ 6,3 milhões em 2007
Polícia Federal aponta time como beneficiário de uma movimentação de US$ 32 mi no exterior; clube afirma desconhecer o dinheiro
CATIA SEABRA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontado pela Polícia Federal como beneficiário de movimentação de US$ 32 milhões
no exterior, o Esporte Clube
Bahia está, segundo as investigações, no time dos "negócios"
do Opportunity usados para suposta lavagem de dinheiro.
Sob a gestão de uma teia de
empresas ligadas ao grupo Opportunity entre 1998 e 2006, o
clube não traz esse aporte em
seu balanço e afirma desconhecer o dinheiro. Ao contrário:
viu seu patrimônio líquido passar dos R$ 10,2 milhões positivos em 1998 para um passivo de
R$ 47,9 milhões em 2007.
O clube, que, antes da parceria, tinha dívida de R$ 2,9 milhões, apresentou prejuízo de
R$ 6,3 milhões em 2007.
O balanço da Ligafutebol S.A.
-controlador do clube no período de Dantas- também não
registra aplicações que lhe são
atribuídas no inquérito da PF.
Segundo investigação, a Ligafutebol foi, entre julho e outubro de 2002, um dos investidores do Opportunity Fund, movimentando R$ 1.959.307.
Mas a aplicação não consta
do balanço daquele ano.
Ainda segundo os balanços, o
rombo era de R$ 36 milhões em
2005. Passou para R$ 41,6 milhões em 2006. No ano passado, chegou a R$ 47,9 milhões.
Criada em 1998, a dobradinha
com o Opportunity pôs o Bahia
sob intrincada rede de empresas, sendo a principal delas um
fundo na Holanda. Até hoje, dirigentes do clube alegam ignorar o emaranhado de subsidiárias do Opportunity. A Bahia
S.A., que comandava o time, era
controlada pela Ligafutebol.
A Ligafutebol era controlada
por duas empresas: a Spacetel
S.A e o Citigroup Venture, parceiro do Opportunity. No degrau acima, a Parcom Participações S.A., que detinha quase
todas as ações da Spacetel. Acima dela, a Fortpart S.A., que
tem o controle das ações ordinárias da Parcom.
Outra acionista da Parcom
-majoritária, mas sem poder
de decisão- é a International
Markets Investments CV. A
empresa tem sede na Holanda e
pertence ao grupo. Finalmente,
a Fortpart S.A. é controlada pelo Opportunity Fund, que tinha, no papel, real poder sobre
a Bahia S.A. Tinha até direito a
todas as receitas do clube, inclusive a venda de jogadores.
Durante essa parceria, todas
as empresas tinham como executivos membros do banco, como Verônica Dantas.
Na prática, o Opportunity só
exerceu gestão a que tinha direito sobre o futebol do clube
em 2004. Em 2006, foi assinado um acordo para acabar parcialmente com a parceria.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Outro lado: Banco nega ter movimentado verba do Bahia Índice
|