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ELEIÇÕES 2008 / PARTIDOS
Após o mensalão, PT "freia" número de seus candidatos
PR (ex-PL), PTB e PP, legendas ligadas ao escândalo, também terão menos concorrentes; oposição mantém curva declinante
Coadjuvantes na aliança
com o governo Lula, PSB,
PC do B, PV e PSC elevam a quantidade de nomes que irão disputar as eleições
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
SILVIO NAVARRO
DO PAINEL
Na primeira eleição municipal após o mensalão, o PT estacionou pela primeira vez em
sua história o número de candidatos que disputarão vagas de
prefeito, vice e vereador, encabeçando fenômeno que se estende aos partidos envolvidos
no maior escândalo do governo
Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde 1996, o PT despontava
entre as grandes siglas como a
principal força em ascensão
nos rincões, com ritmo de crescimento em torno de 40% de
uma eleição a outra.
Nas eleições deste ano, o PT
registra até agora retração de
ao menos 10%, mostra análise
da Folha dos dados do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
Segundo a Justiça Eleitoral,
até as 21h16 de sexta, o PT havia registrado 34.852 candidaturas. Os números ainda podem subir, já que o TSE informou ter totalizado entre 90% e
95% dos pedidos de registro.
Ao todo, são até agora 374.912
candidatos a prefeito, vice e vereador. O atraso se deve a problemas de transmissão dos
TREs (Tribunais Regionais
Eleitorais). O prazo para registro nos TREs expirou no dia 7.
Ou seja, na melhor das hipóteses, o partido chegará no entorno do número de candidatos
que teve em 2004. "Nós acabamos ampliando o número de
alianças com os partidos que
dão apoio ao governo", disse o
secretário de Organização do
PT, Paulo Frateschi. "Vamos
crescer com a base aliada. Se
você vai criando compromisso
nos municípios, passa a construir para 2010."
A interrupção da ascensão do
PT traz a reboque as três siglas
diretamente alvejadas pela crise do mensalão: PR (ex-PL),
PTB e PP. Respectivamente,
têm até agora retração de 17%,
7% e 7%.
Presidente do TSE na época
do mensalão, o ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello avalia
como "um período de purificação nacional". E faz a ressalva:
"Talvez pela falta de doações
legais eles tenham recuado",
disse, em referência ao uso de
caixa dois.
"A questão da crise de 2005
não influenciou", diz Frateschi.
Apesar de naufragar no projeto de disputarem lado a lado
as eleições deste ano com vistas para 2010, PSB e PC do B,
siglas centrais no bloquinho,
cresceram mais de 20%.
Gigante nos grotões do Brasil, o PMDB manteve a média
de candidatos, com leve aumento. Neste ano, disputará ao
menos 2.658 prefeituras.
Já a oposição apresenta um
cenário pior. DEM, PSDB e
PPS chegarão às urnas com um
contingente que não faz sombra ao da última eleição municipal que disputaram na condição de governistas, em 2000.
Segundo o TSE, o DEM caiu
19%. Os tucanos, 5%. "Reduzimos as candidaturas em cidades menores e ampliamos nas
grandes", diz o presidente do
DEM, Rodrigo Maia.
No caso do PSDB, a sigla lançou 42.775 nomes em 2000.
Hoje, tem em torno de 34 mil.
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