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OUTRO LADO
Para deputados, estudo não avalia qualidade
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Os dois deputados federais
citados na reportagem como
exemplo dos que, apesar de
mal avaliados pelo Datafolha,
conseguiram com folga a reeleição disseram, basicamente,
que priorizaram durante o
mandato o trabalho em suas
bases eleitorais, ações que não
são medidas na avaliação.
"Sempre trabalho com a qualidade, não com a quantidade
[de projetos apresentados"",
disse o ex-ministro Affonso
Camargo (PSDB-PR).
O deputado reeleito afirmou
que sua defesa da manutenção
do vale-transporte -apesar de
não ter conseguido aprovar
projeto que estenderia o benefício aos desempregados- foi
seu "principal cabo eleitoral".
Camargo declara ainda que
atuou "verdadeiramente" como um deputado distrital, dando atenção especial e destinando suas emendas à região metropolitana de Curitiba e à Ponta Grossa (PR).
Já o deputado federal Vittorio
Medioli (PSDB-MG), que é dono do jornal "O Tempo", afirmou ter importantes atividades "que fogem dos parâmetros de medição adotados pelo
Datafolha".
O parlamentar afirmou ter se
dedicado ao fortalecimento do
PSDB em Minas, à participação
em entidades sociais e à interação política com os diversos
municípios do interior mineiro, entre outras ações.
"Sou uma pessoa que se dedica com seriedade ao que faz,
julgo que essas razões influenciam o eleitor e não são medidas pelo Datafolha", afirmou.
Não-reeleitos
A Agência Folha tentou ouvir
ainda oito congressistas bem
avaliados pelo levantamento
Datafolha, mas que não conseguiram se reeleger. Apenas
quatro deles responderam aos
questionamentos.
O deputado Régis Cavalcante
afirmou que a eleição em Alagoas foi um "leilão".
"No passado compravam título de coronel da Guarda Nacional, agora estão comprando
mandato de deputado federal.
Não tem uma rua em nenhum
município de Alagoas onde
não se tenha comprado voto",
afirmou Cavalcante.
Segundo o deputado federal
Vivaldo Barbosa (PDT-RJ),
três fatores contribuíram para
a sua não-reeleição: a campanha com pouco dinheiro, a
aliança entre o seu partido e o
PPS de Ciro Gomes e a fraca
campanha trabalhista no Rio
de Janeiro.
Já o deputado federal pessebista Pedro Valadares (SE) reclamou da verticalização, que
restringiu as alianças nos Estados e dificultou ao PSB a obtenção de um mínimo de votos para eleger um deputado federal
em Sergipe.
"Obtive o reconhecimento
pela minha atuação, pois fui o
terceiro candidato mais votado
do Estado, com 65 mil votos, o
que representa mais que o dobro da votação do último deputado eleito em Sergipe", afirmou Valadares.
Para o deputado federal
Emerson Kapaz (PPS-SP), motivos como "a falta de espaço
na televisão e a ausência de
candidatos fortes para os cargos majoritários" contribuíram para o fracasso da sua tentativa de reeleger-se.
(RB)
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