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LIGAÇÕES PERIGOSAS
Indústria automobilística cria mecanismo para financiar campanhas de políticos e preservarem o sigilo
Na surdina, montadoras engatam lobby
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria automobilística e as
distribuidoras de veículos preservaram nesta eleição o sigilo e a
discrição com que mantêm seu
lobby no Congresso Nacional.
De 83 parlamentares consultados sobre o apoio do setor nas
eleições de 1998 e 2002, apenas 27
se manifestaram. Somente dois
admitiram ter recebido contribuições, como empréstimos de veículos: a deputada Rita Camata
(PMDB-ES) e o deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP).
Apenas 4 das 92 distribuidoras
de veículos procuradas responderam ao questionário, negando favorecer candidatos.
Nas eleições de 1998, a Folha
apurou que algumas concessionárias emprestam veículos usados e recebem carros novos em
condições especiais, resguardando a imagem da montadora.
A Folha consultou deputados
federais e distribuidoras a partir
de uma relação de 1998, da Fenabrave (Federação Nacional da
Distribuição de Veículos Automotores), com 182 senadores e
deputados e os contatos de concessionárias nas bases eleitorais.
A Fenabrave não se manifestou.
Alegou que a lista era de uma gestão anterior e que não faz mais o
lobby. O então presidente, Sérgio
Antônio Reze, seria o contato
com vários parlamentares. Ele
não se pronunciou. Em 1998, Reze
disse que "se a rede A, B ou C é
usada pela montadora, não é problema da Fenabrave, que não dá
apoio econômico a candidatos".
Das 34 associações de marca, só 5
se pronunciaram. Ford, General
Motors, Fiat e Volkswagen não se
manifestaram. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes
de Veículos Automotores) diz
não ajudar candidaturas específicas e não orientar as associadas.
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