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Aliado de Yeda arquiva pedido de impeachment
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM PORTO ALEGRE
DA ENVIADA A PORTO ALEGRE
O presidente da Assembléia
Legislativa gaúcha, Alceu Moreira (PMDB), decidiu arquivar
ontem o pedido de impeachment da governadora Yeda
Crusius (PSDB). O deputado,
que é aliado de Yeda, não consultou a Mesa Diretora para engavetar o requerimento apresentado pelo PSOL e pelo PV.
No pedido, os dois partidos,
que não têm representação na
Casa, dizem que há evidências
de que a governadora cometeu
crime de responsabilidade na
fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran. O escândalo já
derrubou quatro integrantes
do primeiro escalão da tucana.
"Do ponto de vista jurídico,
não há fato determinado para
pedir o impedimento, do ponto
de vista, político não há lógica,
uma governadora legitimamente eleita não pode ser cassada por uma mera desconfiança. Como não há fundamentação lógica, arquiva-se", disse.
Ele afirmou que o regimento
da Casa lhe dá poderes de arquivar a representação sem
discutir com a Mesa ou o plenário. Segundo ele, a falta de um
fato jurídico determinado consistiria no pedido ter se baseado em depoimentos à CPI do
Detran, que só deve encerrar
seus trabalhos em 3 de julho.
A oposição à tucana criticou a
atitude do presidente. "Ele deveria ter pelo menos consultado a Mesa e os líderes da bancada", disse Fabiano Pereira (PT),
que preside a CPI do Detran.
Sem resposta
Em uma coletiva à imprensa
na tarde de ontem, a governadora Yeda Crusius disse que
anunciará na terça-feira uma
reestruturação do Detran gaúcho, mas encerrou a entrevista
assim que os jornalistas começaram a fazer perguntas sobre a
crise na autarquia e a possível
responsabilização pessoal da
governadora pela CPI do Detran da Assembléia Legislativa.
Ela não quis comentar a possibilidade de ser vinculada a
uma acusação de crime de responsabilidade no relatório final
da CPI que investiga o desvio
de R$ 44 milhões na autarquia.
A imprensa foi chamada para
ouvir da governadora o anúncio
de que a União deu seu aval a
um empréstimo de US$ 1,1 bilhão do Banco Mundial ao governo gaúcho. Ao responder
uma das poucas perguntas permitidas aos jornalistas, Yeda
comparou esta sexta-feira com
a vivida por ela há duas semanas, dia em que o vice-governador Paulo Feijó (DEM) divulgou uma gravação de conversa com o ex-chefe da Casa Civil,
Cézar Busatto, na qual este disse que estatais gaúchas financiam campanhas eleitorais.
"Aquele foi um dia muito pesado para o Rio Grande do Sul.
Houve a nacionalização de uma
questão interna de governo.
Foi uma semana em que nós tivemos que responder para o
Brasil. Não foi apenas o que se
pretendeu fazer com a imagem
da governadora, mas a imagem
do Estado foi ferida", disse.
(GRACILIANO ROCHA E ANA FLOR)
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