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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Alckmistas tentam vetar apoio a Kassab
Apoiadores de Alckmin deram até 12h de hoje para kassabistas retirarem a chapa, caso contrário ameaçam impugnação
Expectativa de tucanos é que Serra intervenha na disputa; o vice-governador, Alberto Goldman, diz que não teme o embate interno
CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A dois dias da convenção do
PSDB, os defensores da candidatura de Geraldo Alckmin à
prefeitura se armaram ontem
para inviabilizar a chapa apresentada pelos apoiadores da
reeleição de Gilberto Kassab
(DEM). Os alckmistas garantiram a retirada de 45 assinaturas de apoio à chapa kassabistas
e ameaçam entrar com pedido
de impugnação, caso os entusiastas da aliança não desistam
até meio-dia de hoje.
Em reunião na quinta, os
alckmistas se comprometeram
com a não retirada de assinaturas. Mas, sob risco de derrota
amanhã, consultaram a assessoria jurídica de Alckmin e do
partido para tentar suspender a
chapa de oposição.
Entre tucanos, a avaliação é
de que os kassabistas têm chance de vitória. Como tradicionalmente as convenções municipais registram baixo quórum,
ganha quem tiver maior poder
de arregimentação. Os kassabistas prometem levar 7.000 à
convenção.
Nas palavras de um alckmista, a disputa está "pau a pau".
Por isso, a hipótese de buscar a
impugnação.
Ontem, um dia antes da volta
do governador José Serra a São
Paulo, o comando do partido
fez novo apelo para que os kassabistas desistam. A resposta
será dada até meio-dia de hoje.
Se não houver acordo, os
alckmistas tentarão anular a
chapa. Procurados por alckmistas, pelo menos 45 apoiadores da chapa em favor de Kassab já enviaram ao partido pedido de retirada de assinatura.
Como a proposta foi protocolada com 424 signatários e são
necessários 403 para validá-la,
a chapa poderia ser anulada.
Apesar de ter endossado, na
quinta um pacto de não-agressão entre alckmistas e kassabistas, o deputado Júlio Semeghini não rechaçou a hipótese na
tarde de ontem.
Acusado de descumprir um
acordo fechado no dia anterior,
Semeghini alegou que não poderia impedir que um militante
acionasse a Executiva para que
viesse a se manifestar.
"Não posso falar por toda a
Executiva. A Executiva não é
composta só por mim", justificava pela manhã.
Presente à reunião da véspera, o presidente estadual do
partido, Mendes Thame, lembrou ontem que Semeghini tinha se comprometido com a
manutenção das chapas.
Por telefone, o presidente
nacional do PSDB, Sérgio
Guerra (PE), também cobrou o
cumprimento do acordo.
Na chegada da reunião, porém, o deputado Edson Aparecido foi enfático: "Pela interpretação dos advogados, não
pode haver novas assinaturas,
mas as retiradas podem acontecer até a convenção".
Na reunião, o presidente municipal do partido, José Henrique Lobo, reiterou apelo aos
kassabistas. Segundo ele, a briga impediria uma aliança no segundo turno. Thame concorda.
"É uma colaboração fascinante que estamos dando à ex-prefeita Marta Suplicy (PT)",
disse Thame, à entrada.
Sob pressão, kassabistas alegaram que não poderiam decidir em nome dos apoiadores.
"Não podemos parar um
exército em marcha", argumentou o secretário municipal
Walter Feldman.
"Vamos avaliar", disse o vereador Gilberto Natalini.
Segundo tucanos, a expectativa é que Serra intervenha. Seu
vice, Alberto Goldman, não tem
tanto medo do embate. "Quem
disse que disputa é ruim?"
Colaborou FERNANDO BARROS DE MELLO , da
Reportagem Local
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