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Perícia da PF no caso Dantas pode durar até quatro meses
Cronograma da análise de uma tonelada de equipamentos e
papéis será definido hoje; novo delegado assume apuração
Ricardo Saadi, que substitui
Protógenes Queiroz, vai
apresentar a nova equipe
de reforço; operação foi
subdivida em 4 inquéritos
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A análise dos documentos
apreendidos nas casas e escritórios do banqueiro Daniel
Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito Celso Pitta e
de mais 21 investigados na Operação Satiagraha deverá consumir cerca de quatro meses de
trabalho da Polícia Federal e do
Ministério Público Federal.
A PF irá periciar o que estima
ser uma tonelada de papéis e
equipamentos -resultado das
56 ordens de busca e apreensão
cumpridas por cerca de 300
agentes no último dia 8, quando a operação foi deflagrada.
O cronograma de análise desse material será definido hoje
pelo procurador da República
Rodrigo de Grandis e pelo delegado da PF Ricardo Saadi, que
assume hoje o comando dos inquéritos no lugar de Protógenes Queiroz, que afirma ter sido afastado da investigação pela cúpula da PF. A polícia diz
que ele saiu voluntariamente.
No encontro, o delegado
apresentará a nova equipe de
peritos, escrivães e agentes enviados por Brasília para ajudar
na perícia do material apreendido. Serão cerca de 30 pessoas
a mais para o grupo. Saadi terá
ainda o apoio de pelo menos
cinco delegados, entre eles Karina Souza e Carlos Pellegrini,
que já trabalhavam na investigação com Queiroz.
Ramificações
A Operação Satiagraha foi
subdivida em quatro inquéritos, que enfocam diferentes crimes -a maioria dos indícios
que embasam cada uma das
apurações surgiu nas conversas
telefônicas e telemáticas que
vinham sendo gravadas pela
polícia desde o início de 2007.
Apenas o inquérito aberto
contra Dantas e dois supostos
intermediários dele, Humberto
Braz e Hugo Chicaroni, acusados pela PF de tentar subornar
um delegado para que o nome
do banqueiro e de familiares
fossem excluídos da investigação, foi finalizado.
Na quarta-feira passada, com
esse relatório em mãos, o Ministério Público Federal denunciou (acusou formalmente)
os três por corrupção ativa. No
mesmo dia, a Justiça abriu uma
ação criminal contra eles.
O segundo inquérito foi relatado pelo delegado Queiroz na
sexta-feira -último dia dele no
caso. Dantas e outros nove citados foram acusados de suposta
gestão fraudulenta e formação
de quadrilha por gerir ilegalmente recursos no exterior por
meio do banco Opportunity.
Com base na conclusão da
PF, a Procuradoria irá analisar
se denuncia os investigados ou,
o mais provável, incorpora esse
caso à terceira investigação iniciada contra Dantas, desta vez
por supostos crimes financeiros, como evasão de divisas.
O alvo no quarto inquérito é
o grupo ligado ao investidor
Naji Nahas e ao ex-prefeito Celso Pitta, acusados de supostos
crimes financeiros.
A conclusão desses casos depende ainda da análise dos documentos apreendidos. Não está descartada a abertura de novas frentes de investigação.
Uma delas focará a relação de
84 nomes de pessoas físicas e
jurídicas que teriam enviado
dinheiro para o exterior de forma ilegal por meio de aplicações financeiras no Opportunity Fund, sediado no paraíso
fiscal das ilhas Cayman. Todos
serão investigados por suposto
crime de evasão de divisas.
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