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UM ANO DE LULA
Eleitores que esperam bom governo no futuro caem de 71% para 63%
Lula mantém aprovação em
42%, mas expectativa piora
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva termina o primeiro ano de
seu mandato com a aprovação de
42% dos eleitores brasileiros, segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 8 a 12 e 15 deste mês.
O petista manteve-se estável durante todo o período. Já no primeiro levantamento, em março,
registrou aprovação de 43%.
O Datafolha entrevistou 12.180
pessoas em 396 municípios nos 26
Estados e no Distrito Federal. A
margem de erro da pesquisa é de
dois pontos percentuais, para
mais ou para menos. No último
levantamento, em outubro, Lula
também teve 42% de aprovação.
Uma diferença marcante em relação à pesquisa anterior é o percentual de eleitores que esperam
um governo "ótimo" ou "bom"
daqui para a frente: 63%, uma
queda grande em relação a outubro, quando 71% estavam nessa
categoria. Na comparação com
março, a queda é ainda maior -a
taxa era de 76%.
O traço mais marcante na popularidade de Lula nos últimos 12
meses é a regularidade dos números. A aprovação variou sempre
dentro da margem de erro da pesquisa Datafolha entre um levantamento e outro.
Apesar dessa constância, é incorreto deduzir que não houve
oscilação considerável no humor
do eleitorado. A rejeição ao petista variou além da margem de erro. Em março, 10% consideravam
o governo de Lula "ruim" ou
"péssimo". Agora, são 15%, sendo
que a variação maior foi de outubro para cá -de 11% para 15%.
Neste mês, 41% responderam
considerar o governo Lula "regular", número quase igual aos 42%
de "ótimo" e "bom".
Jovens e interior
Entre os jovens de 16 a 24 anos,
Lula tem 44% de aprovação. É a
faixa etária mais favorável ao petista. Foi assim desde o início do
ano, quando o presidente tinha
47% de aprovação. Os eleitores de
45 a 59 anos são os menos generosos: 38% aprovam o petista.
Do ponto de vista geográfico,
Lula se dá melhor nas cidades do
interior. Tem 44% de aprovação
nessas localidades contra 37% nas
regiões metropolitanas -onde a
qualidade de vida tem se deteriorado nos últimos anos.
Não é para menos que o presidente tem 39% de aprovação no
Sudeste contra 44% nas outras
quatro regiões. Nas principais capitais do Sudeste, o desempenho
de Lula é bem abaixo da média
nacional. No Rio, é aprovado por
33%. Em São Paulo, por 35%. Em
Belo Horizonte, por 36%.
A pior avaliação de Lula em
uma capital, entretanto, está no
Nordeste. Em Recife, apenas 32%
consideram o governo do presidente "ótimo" ou "bom" -e 26%
acham "ruim" ou "péssimo".
As variações acima da margem
de erro desfavoráveis a Lula ocorreram entre os brasileiros com nível superior de escolaridade, saindo de 10% para 17% a rejeição.
Entre os com renda familiar de
cinco a dez salários mínimos, a
classificação de "ruim" ou "péssimo" foi de 8% para 15%.
No Norte e no Centro-Oeste, a
rejeição foi de 9% para 16%. Na
faixa etária de 25 a 34 anos, Lula
agora é rejeitado por 15%,
-eram 8% na pesquisa anterior.
A maior rejeição registrada pela
pesquisa Datafolha foi no Distrito
Federal: 24% acham o governo
"ruim" ou "péssimo". Brasília é o
centro nervoso do funcionalismo
público, atingido pela reforma da
Previdência do governo.
O Datafolha perguntou aos entrevistados que nota dão, de zero
a dez, para a administração federal. Lula recebeu uma média de
6,3. Para 13%, o petista merecia
nota máxima, dez. Apenas 7% lhe
deram zero.
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