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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
PFL diz que governo do PT é "corja" e que Lula é "ladrão"
Em convenção, pefelistas formalizam apoio a Alckmin em meio a ataques ao presidente
ACM diz que o Planalto deve ser higienizado, e Roberto Arruda chama presidente de bêbado; Alckmin se limita a criticar uso eleitoral de obra
SILVIO NAVARRO
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O PFL formalizou ontem seu
apoio à candidatura de Geraldo
Alckmin (PSDB) na disputa
presidencial em um ato pontuado por discursos que chamaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "ladrão" e
seu governo de "corja". Insinuaram que ele abusa de bebidas alcoólicas e que o Palácio do
Planalto precisa ser "higienizado". O tucano, entretanto, evitou ataques diretos ao petista.
O bombardeio contra o governo Lula começou logo na
abertura da convenção nacional do PFL, que aprovou por
aclamação a coligação com o
PSDB. O presidente do partido,
senador Jorge Bornhausen
(SC), disse que era preciso impedir que o presidente da República, "conivente com os corruptores, fuja do debate sobre
os escândalos e crimes do seu
infeliz governo".
O pronunciamento de Bornhausen iniciou uma série de
duros discursos, que tiveram
seu apogeu na fala do senador
Antonio Carlos Magalhães
(BA). "Temos de mostrar ao
Brasil o verdadeiro Lula, não o
Lula que paga publicidade na
imprensa e na TV, mas o verdadeiro Lula, o Lula ladrão."
ACM também afirmou que o
"Palácio do Planalto precisa ser
higienizado" nas próximas eleições e se referiu ao presidente
Lula como "doutor na roubalheira e no cinismo".
Candidato a vice na chapa de
Alckmin, o senador José Jorge
(PE) subiu o tom ao dizer que
"a praga que nos aflige é a traição de um conterrâneo mal
aculturado".
Ele direcionou seu discurso
para as questões do Nordeste,
onde Lula lidera as pesquisas
de intenção de votos. "Sou Nordeste. Não um nordestino desnaturado como Lula, quem
nem ao menos respeita sua extraordinária saga emigrante."
Sem-terra na Câmara
A depredação da Câmara pelo MLST (Movimento pela Libertação dos Sem-Terra) foi
um dos temas centrais dos discursos, que defenderam o direito à propriedade privada. "Hoje
temos medo da propriedade
privada invadida com dinheiro
público, de movimentos sustentados com dinheiro público.
Invade e depois é recebido no
Planalto", disse o líder da oposição, José Carlos Aleluia (BA).
"A invasão [da Câmara] é para passar o recado ao Brasil de
que a propriedade privada no
país é coisa para inglês ver",
disse o líder do PFL no Senado,
José Agripino Maia (RN).
Ele também centrou fogo no
ministro Márcio Thomaz Bastos. "O ministro da Justiça desse governo é quem prepara o
ardil da farsa do caixa dois, é
quem arma a farsa para que a
quebra do sigilo do Francenildo
tenha alguma explicação. Esse
é o guardião da lei", disse.
Candidato ao governo do
Distrito Federal, o deputado
José Roberto Arruda comparou, sem citar nomes, Lula a um
piloto de avião bêbado. Ele contava uma história na qual descobria que um "companheiro
de boteco" era o piloto de um
avião. "O Brasil é o avião e eu
não gostaria de encontrar pilotando esse avião um antigo
companheiro de boteco."
Alckmin foi o último a falar
na convenção, que reuniu cerca
de 300 pessoas no Senado. Foi
recebido ao som do "Tema da
Vitória", que marcou a carreira
do piloto Ayrton Senna, e, ao
discursar, a maioria da platéia
já havia deixado o auditório.
Ele disse que o governo gastou R$ 1,5 bilhão em publicidade de estatais e que vive de
"mentira política", listando
obras que, diz, não saíram do
papel. Citou a rodovia Transnordestina, a transposição do
rio São Francisco e o Banco Popular. "Inauguração de pedra
fundamental no final de governo, obras que não têm terreno,
é a mentira política reiterada."
Um dos principais críticos da
campanha tucana, o prefeito do
Rio, Cesar Maia, foi o único a
trocar as farpas ao Planalto por
sugestões de governo. Defendeu a revitalização das Forças
Armadas e pediu a Alckmin
que, se eleito, "tire as patas da
Fazenda sob o Senado".
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