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Marta e Kassab evocam padrinhos; Alckmin ataca "uso da máquina"
Petista tentou se colar à figura de Lula, e prefeito do DEM, à do tucano Serra; Movimento Nossa São Paulo apresentou 1.500 propostas a candidatos de SP
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
Em um ensaio do que deverá
ser a disputa, os principais candidatos à prefeitura evocaram
ontem a figura de seus padrinhos em evento sobre propostas para a cidade.
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) se proclamou candidato do "querido governador José
Serra [PSDB]". Marta Suplicy
(PT) recorreu ao presidente
Lula. Sem citar Serra, Geraldo
Alckmin (PSDB) adotou o discurso de "órfão". Ao falar no
evento promovido pelo Movimento Nossa São Paulo, o tucano, num sinal de que se apresenta como o candidato sem
apoio da máquina, condenou o
aparelhamento partidário.
"Ela [a campanha] não deve
ser feita, e é esse um grande desafio, nem com aparelhamento
de natureza partidária nem
com o fisiologismo, com a utilização da máquina", disse.
Apesar de Alckmin ser do
partido do governador, é Kassab quem mais explora seus laços com Serra. "Só falta essa:
imaginarmos que, se não for
eleito o candidato do PT, o governo federal não vai fazer investimento. Ou se não for eleito, por exemplo, eu, que tenho
uma parceria com o governador, ele vai parar de investir.
Lógico que não", disse o prefeito, ao responder se a derrota de
Marta implicaria redução de
investimentos federais.
Marta, por sua vez, acenou
com a promessa de recursos do
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento) para mais que
dobrar a rede do metrô e dos
corredores de ônibus.
"Para que o trânsito possa
fluir tranqüilamente, é preciso
investimento grande no metrô
e nos corredores de ônibus".
Questionado se via Serra como cabo eleitoral do adversário, Alckmin reagiu irritado:
"Nem merece resposta, né?"
O Movimento Nossa São
Paulo -que conta com cerca de
500 organizações da sociedade
civil- apresentou aos oito candidatos presentes (os outros
três teriam recusado o convite)
1.500 propostas reunidas em
debate nos últimos quatro meses. O movimento listou dez
questões prioritárias, entre elas
a redução da desigualdade de
indicadores nas subprefeituras.
Cada candidato teve direito a
dez minutos de discurso. A gestão Kassab, especialmente o
trânsito, foi alvo do ataque. Primeiro a falar, o prefeito não tocou no assunto. Na saída, disse
que a prioridade é a área social.
"Não sou insensível ao sofrimento do povo", afirmou Alckmin, enquanto Marta ressaltava a crise no transporte.
Ivan Valente (PSOL) criticou
os principais candidatos por,
segundo ele, saírem "de pires
na mão" atrás de recursos.
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