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Presidente do PT liga para FHC e pede explicação sobre alta do dólar
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O presidente nacional do PT, José Dirceu, telefonou no final da
manhã de ontem para o presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e pediu a ele explicações sobre a recente instabilidade do mercado financeiro, que resultou, na semana passada, em alta expressiva do dólar e elevação
do risco-país.
O telefonema veio um dia após
o presidenciável petista, Luiz Inácio Lula da Silva, ter declarado,
durante entrevista ao jornal "O
Globo", no Rio, que "exigiria", em
nova conversa com Fernando
Henrique, que fossem esclarecidas os motivos da disparada da
moeda norte-americana.
Lula, em encontro com o presidente em Brasília no mês passado,
deu aval ao acordo com o Fundo
Monetário Internacional (FMI).
O petista rejeita a tese de que haveria componente eleitoral na
turbulência financeira, provocada
pelo temor quanto a uma vitória
sua no primeiro turno.
Segundo relato feito pelo porta-voz da campanha de Lula, André
Singer, Dirceu disse a FHC que
Lula estava "apreensivo" com o
tema e que acharia importante ter
uma avaliação presidencial.
Ainda no relato feito por Singer,
FHC respondeu ao presidente petista que está ocorrendo um exagero no movimento de alta do dólar pelo mercado e que não há
motivo para pessimismo.
O presidente teria dito também
que, em parte, as turbulências decorrem do cenário desfavorável
externo, que é de desaceleração
da economia norte-americana e
de possibilidade de uma guerra
contra o Iraque.
Fernando Henrique teria reiterado ainda que as condições da
economia brasileira são estáveis e
que a tendência é a instabilidade
no mercado ser passageira.
Segundo Singer, com o diálogo
havido entre Dirceu e FHC, o PT
obteve as explicações que queria e
não pretende mais, a princípio,
agendar uma conversa de seu presidenciável com o presidente.
Ontem, durante um comício em
Juiz de Fora (MG), o candidato
petista voltou a dizer que manterá
a sua estratégia de campanha de
não efetuar ataques aos demais
candidatos à Presidência da República. Lula ainda avisou que a
Alca, na atual forma, não interessa ao Brasil. Segundo estimativa
da Polícia Militar, estiveram presentes no evento cerca de 20 mil
pessoas. A atividade iniciou como
carreata e culminou num ato público no parque Halfeld.
Colaborou o enviado a Juiz de Fora
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