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BRASIL
GOVERNADORES
Outros quatro governantes que disputam um novo mandato também têm chances de vitória, segundo as últimas pesquisas
Seis podem se reeleger já no primeiro turno
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Dos dez candidatos a governador que tentam a reeleição em todo o país, seis teriam, se as eleições fossem hoje, chances de vitória logo no primeiro turno. Os outros quatro estão tecnicamente
empatados em primeiro lugar.
A constatação foi feita depois da
divulgação das pesquisas eleitorais mais recentes nos Estados.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Jorge Viana (PT-AC), Zeca
do PT (MS), Marconi Perillo
(PSDB-GO), Esperidião Amim
(PPB-SC) e Joaquim Roriz
(PMDB-DF), pelas pesquisas recentes, teriam grandes chances de
fechar a questão eleitoral no dia 6
de outubro. Em São Paulo, Alagoas, Roraima e Piauí haveria segundo turno com o candidato à
reeleição na disputa.
Comparada à situação das eleições de 98, repete-se a tendência
de favoritismo para os candidatos
que buscam o segundo mandato.
Na eleição passada, dos 27 postulantes em todo o Brasil, 21 tentavam a reeleição. Desses, 14, ou
66,6%, saíram vitoriosos -dos
quais oito em primeiro turno.
Para Fábio Wanderley Reis,
professor emérito da UFMG
(Universidade Federal de Minas
Gerais), a visibilidade que o cargo
oferece é um fator decisivo.
"O simples fato de ser titular do
cargo, e a visibilidade que ele proporciona, se torna um trunfo de
grande importância. É sabido que
o grosso do eleitorado popular é
desinformado, desatento, e parte
do problema de qualquer candidato novo é se tornar conhecido
do público", declarou Reis.
Sobre um eventual desgaste da
imagem política como consequência adversa da reeleição
-mote que tem servido de argumento para campanhas oposicionistas que pregam mudança-, o
professor relativizou a questão.
"A menos que haja coisas muito
especiais que provoquem desgaste ou a menos que haja exposição
muito demorada no segundo
mandato, em que começa a haver
razões maiores para que o desgaste apareça", afirmou o cientista.
Apesar de ter tido a candidatura
cassada pelo TRE -decisão derrubada depois pelo TSE-, desgaste é um termo que parece não
ter atingido a candidatura do petista Jorge Viana, no Acre. A última pesquisa Ibope, publicada na
quinta-feira pela Rede Globo, dava a ele 61% das intenções de voto.
É um exemplo, segundo os próprios adversários admitem, de como uma situação adversa pode
contribuir favoravelmente.
"Dono de votos"
Já, em Pernambuco, a ausência
de um fato político da magnitude
do que ocorreu no Acre permite
tranquilidade, pelo menos até
agora, ao governador Jarbas Vasconcelos. Pesquisa Ibope divulgada no dia 12 apontava Vasconcelos com 66% de preferência entre
o eleitorado, até então o candidato com a maior vantagem registrada no país. Bem atrás, Humberto Costa (PT) tinha 15%.
Considerado um "dono dos votos" -cacique regional com
grande popularidade-, Jarbas
era tido pela campanha de José
Serra como vice ideal para alavancar a votação do presidenciável
tucano no Nordeste, região na
qual o ex-ministro da Saúde não
tem um apoio expressivo.
Para Fernando Abrucio, cientista político e professor da PUC-SP
e da Fundação Getúlio Vargas, o
cargo favorece o candidato à reeleição por três razões: controle de
recursos, maior capacidade de
criar uma rede de apoio de prefeitos e eleições casadas.
"Como ele [o governador" está
mais próximo dos municípios,
tem recursos, digamos, que podem ser distribuídos seletivamente, favorecendo mais bases eleitorais situacionistas", declarou o
cientista político.
Assim, pelo raciocínio do cientista político, os governadores
têm mais capacidade de montar
uma rede de apoio entre os prefeitos que, em muitos casos, dependem sobretudo de repasses do Estado para manterem as suas administrações em funcionamento.
"Os prefeitos ainda têm mais
dois anos de mandato, e eles têm
de ter um pouco de cuidado ao lidar com a eleição estadual."
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