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CASO SUDAM
Jader é acusado de enviar R$ 7 mi para o exterior
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O ex-senador e deputado federal eleito Jader Barbalho (PMDB-PA) vai responder a mais um processo criminal decorrente das investigações sobre supostos desvios de verbas da extinta Sudam
(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Desta
vez, a acusação é de crime de evasão de divisas.
Jader esta sendo acusado pelo
Ministério Público Federal de
mandar para contas no exterior
cerca de R$ 7 milhões.
A denúncia foi apresentada pelo
procurador federal Nazareno
Wolff, representante do Paraná
na força-tarefa que investiga os
desvios na Sudam e foi aceita pelo
juiz da 2ª Vara Federal Criminal
de Curitiba, Sérgio Fernando Moro, no início da semana.
Mas o processo não correrá no
Paraná. Diplomado na terça-feira
como futuro deputado federal pelo Pará, Jader vai responder pela
acusação apenas no STF (Supremo Tribunal Federal).
A condição de deputado eleito
garante ao ex-senador foro especial a esse e aos demais processos
a que já respondia.
O advogado Edison Messias de
Almeida, que defende Jader, confirmou na quarta-feira que está
tratando de reunir os processos
para transferi-los ao STF.
Almeida disse desconhecer a
nova ação contra seu cliente, mas
afirmou que se ela se sustenta nas
denúncias anteriores, "vai cair pela base, como as demais". Ele nega
que Jader tenha recebido propina
para aprovar projetos na Sudam e
que seu cliente "provará isso no
STF".
A denúncia
Segundo a denúncia (acusação
formal) do Ministério Público, os
cerca de R$ 7 milhões enviados ao
exterior seriam parte dos R$ 8,83
milhões de comissão que o ex-senador teria recebido do empresário curitibano Teodoro Hübner
Filho, para influir na aprovação
do projeto Usimar, no Maranhão.
Aprovado em dezembro de
1999, o projeto, estimado em R$
1,3 bilhão, da indústria de autopeças de São Luís não saiu do papel,
mas seus autores levaram R$ 44,1
milhões em verbas da autarquia.
O procurador Wolff disse à
Agência Folha que a nova denúncia contra Jader está sustentada
no rastreamento de cheques de 47
contas que movimentaram o dinheiro da Usimar.
O rastreamento foi conseguido
depois da quebra de sigilo bancário das contas, autorizada pela
Justiça.
Para a evasão de divisas, segundo o procurador, Jader teria recorrido a esquema de doleiros, o
mesmo que é usado para lavagem
de dinheiro do tráfico de drogas.
Uma primeira remessa teria tido como destino final a North
and South Trading Company,
uma empresa de fachada que
operaria no Brasil e em Orlando,
no Estado norte-americano da
Flórida, segundo o procurador.
A segunda remessa teria sido
fracionada e passada, em maior
volume, pelas empresas Condor
Factoring Fomento Comercial
Ltda, e a Logística Operações Promocionais Ltda, e da Logística para uma multinacional. O destino
final seria um banco suíço.
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