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Acordo foi precedido por bate-boca de tucanos
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa prova da gravidade do
racha partidário, os tucanos
brigaram até o último momento da costura do acordo que garantiu a oficialização da candidatura de Geraldo Alckmin
(PSDB) à prefeitura. O presidente municipal do PSDB, José
Henrique Lobo, abandonou a
última reunião de sábado em
meio a uma áspera discussão
com o líder do governo na Câmara, José Police Neto (PSDB).
"Vocês não servem de exemplo para mim. Vocês não servem de exemplo para nenhum
dos vereadores", explodiu Netinho, após ouvir de Lobo que os
vereadores não terão direito a
"liberdade de opinião" .
Segundo a Folha apurou, tinha sido dado aos vereadores o
direito de escolher o que quisesem para que o acordo fosse fechado. Eles queriam dirigir o
programa eleitoral gratuito,
mas o pedido foi negado.
O bate-boca se deu na última
reunião da noite, convocada
após uma bateria de conversas,
para o arremate do acordo.
Às 18h -antes do encontro
com o comando do PSDB e os
alckmistas Júlio Semeghini e
Edson Aparecido-, os vereadores tucanos se reuniram com
o chefe da Casa Civil do Estado,
Aloysio Nunes Ferreira, e com
o secretário municipal Andrea
Matarazzo. Os dois são amigos
do governador Serra e falaram
com ele antes da reunião.
Segundo um dos participantes, o secretário afirmou que
Serra seria responsabilizado
pela derrota de Alckmin na
convenção e pediu "pelo amor
de Deus" para que desistissem.
Para o secretário municipal
Walter Feldman, o apelo de
Aloysio foi decisivo. "Não dá
para negar que o pensamento
em volta do Serra foi determinante para que esse confronto
não acontecesse", disse.
Ainda segundo tucanos, Serra defende um "termo de ajustamento de conduta" para as
eleições. Nele, o governador
sugere que os tucanos com cargo na prefeitura não sejam importunados e que os vereadores sejam preservados, e não
sofram represálias.
Ao negar aos vereadores o direito de se manifestar livremente, Lobo teria negado esse
apoio, o que irritou a bancada.
A definição da retirada da
chapa pró-Kassab da convenção começou a ser costurada na
quinta-feira passada, mas teve
seu momento decisivo na noite
de anteontem, após a chegada
do governador José Serra de
sua viagem ao exterior.
Apesar de Serra dizer que o
assunto 2010 não foi debatido,
a sucessão presidencial foi
ponto central nas negociações.
A Folha apurou, por exemplo, que o presidente nacional
do PSDB, senador Sérgio Guerra, chegou a dizer que os 13 senadores tucanos queriam a
candidatura Alckmin a prefeito
e que 12 deles apóiam Serra para a Presidência. Apenas Tasso
Jereissati estaria fora.
Ontem, o assunto 2010 esteve presente na convenção. Lobo afirmou que "Alckmin já
deu várias declarações no sentido de que o candidato dele em
2010 é José Serra".
"Sem dúvida, 2010 teve um
papel importantíssimo em toda essa conjuntura, porque há
uma preocupação de se criarem condições cada vez melhores para que o partido possa ir
com um candidato à Presidência, que no nosso caso em São
Paulo é o José Serra", disse ele.
O deputado federal Edson
Aparecido, aliado de Alckmin,
seguiu ontem no mesmo caminho. "A candidatura permitiu
entrosamento mais claro entre
Serra e Geraldo."
(CS, JAB e FBM)
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