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Ministro das Cidades diz que Caixa é responsável por contratos do PAC
Para Fortes, Caixa deve responder por problemas investigados pela polícia
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Cidades Márcio Fortes, atribuiu à Caixa
Econômica Federal (CEF) a
responsabilidade pela assinatura dos contratos e fiscalização das obras de saneamento e
habitação alvos da operação
João de Barro, da Polícia Federal. "A Caixa tem que controlar
seus funcionários. Qualquer
coisa que tenha havido nas prefeituras é com quem assinou os
contratos. É comigo? Não. O
contrato é assinado com a Caixa", disse Fortes, tentando eximir sua pasta de participação
no esquema de fraude em contratos e desvio de recursos públicos de obras com verbas federais, parte delas incluída no
PAC (Programa de Aceleração
do Crescimento), investigado
pela PF.
Depois de demitir dois funcionários suspeitos de integrarem a quadrilha, Márcio Fortes
disse à Folha que é preciso
apurar a participação de servidores da Caixa na fraude. Ele
justifica dizendo que paga até
2,5% das obras para a Caixa
analisar projetos, fiscalizar e
monitorar as ações programadas pelo ministério.
Por meio da assessoria de
imprensa, a CEF disse que não
se manifestará sobre o assunto.
Limitou-se a informar que não
foi procurada pelas autoridades e que está à disposição para
qualquer esclarecimento.
Na operação, deflagrada na
sexta-feira passada, a PF identificou que a quadrilha executava as obras de saneamento e
de construção de casa popular
com padrão de qualidade inferior ao previsto no projeto original. Segundo as investigações, R$ 700 milhões teriam sido repassados pela União a 119
cidades. Os repasses para
emendas e convênios investigados e que foram suspensos
somam R$ 2 bilhões. Deputados, prefeitos, empresários, lobistas e funcionários de prefeituras e do Ministério das Cidades foram identificados como
integrantes do esquema.
"Qualquer montagem na
ponta só pode ser com funcionário da Caixa. É alguém que
atesta obra de baixa qualidade
como se fosse de boa qualidade.
Não é funcionário meu", alegou
o ministro.
Ele afirmou que é com a CEF
que municípios e Estados assinam os contratos e que autoriza os pagamentos conforme o
nível de execução das obras.
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