LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal definiram ontem o cronograma para a análise de 200 HDs (discos rígidos de computador) e de cerca de uma tonelada de documentos apreendidos em casas e escritórios do banqueiro Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito Celso Pitta e de mais 21 investigados.
Nos próximos dez dias haverá uma força-tarefa com agentes do Coaf (Conselho de Controle e Atividades Financeiras), da Receita Federal e do Banco Central para tentar organizar o grande volume de informações.
O grupo de São Paulo, comandado pelo delegado da PF Ricardo Saadi, 32, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, recebeu um reforço de cerca de 35 delegados e agentes, vindos de diferentes Estados, enviados pela direção da polícia para ajudar na análise dos papéis e equipamentos.
Essa ajuda já havia sido solicitada pelo primeiro delegado do caso, Protógenes Queiroz, que foi afastado pela cúpula da PF -ele omitiu informações importantes, como o fato de um dos investigados ser o advogado e ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT).
Só após a análise do material, o que deve levar até quatro meses, a Procuradoria deverá propor uma denúncia (acusação formal) contra os citados por supostos crimes financeiros.
Dantas e dois interlocutores dele, Humberto Braz e Hugo Chicaroni, são réus em um processo criminal sob acusação de corrupção ativa. Eles teriam oferecido US$ 1 milhão a um delegado da PF para que o banqueiro e familiares dele fossem excluídos do inquérito. Chicaroni, que está preso na carceragem da PF, entrou ontem com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3º Região, em São Paulo.
O Ministério Público Federal informou que solicitou à direção geral da PF explicações sobre a saída de Protógenes e sobre a suposta falta de apoio à investigação. O órgão recebeu cópia da gravação da reunião em que foi decidido o afastamento.


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