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ESCÂNDALO DO MENSALÃO / GUERRA DAS TELES
Base do governo manobra e evita ida de Dantas a CPI
Pedido para ouvir banqueiro que acusa PT de cobrar propina é rejeitado por 6 a 5
Presidente da comissão diz
que decisão equivale a fim dos trabalhos; também não
são aprovadas convocações
de Valério e Jorge Mattoso
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com uma manobra no plenário da CPI dos Bingos, o governo conseguiu ontem evitar a
convocação do banqueiro Daniel Dantas para explicar a suposta cobrança de propina que
teria sofrido do PT para facilitar interesses do grupo Opportunity no governo federal.
Para o presidente da CPI,
Efraim Morais (PFL-PB), o resultado equivale ao fim das investigações: "Não se aprova
mais nada", comentou. O relator Garibaldi Alves (PMDB-RN) reiterou que pretende fechar a versão preliminar do relatório final da CPI amanhã.
O requerimento, apresentado pelo senador Romeu Tuma
(PFL-SP), foi rejeitado por seis
votos a cinco. Votaram a favor
quatro pefelistas e Garibaldi.
Contra, ficaram quatro petistas, Romero Jucá (PMDB-RR)
e Sérgio Zambiasi (PTB-RS).
Tuma foi citado pela revista
"Veja", junto com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e outros membros do governo, como portador de conta bancária
no exterior. Ele nega. A informação foi atribuída pela revista
a Dantas, que, no entanto, nega
ser a fonte da "Veja".
A oposição também queria
convocar Dantas pela afirmação do banqueiro de que, em julho de 2003, Carlos Rodenburg,
seu sócio à época, foi procurado
por Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, para que o Opportunity doasse entre US$ 40
milhões e US$ 50 milhões ao
partido. Ontem, Delúbio negou
à CPI ter feito a cobrança (leia
texto na pág. A5).
O senador Heráclito Fortes
(PFL-PI) deve apresentar requerimento pedindo para que
Dantas vá à Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Violação
A base aliada também derrubou requerimentos para convocar o ex-presidente da Caixa
Jorge Mattoso e o assessor do
Ministério da Justiça Daniel
Goldberg, para falar sobre a
violação do sigilo do caseiro
Francenildo Costa. Também
não foi aprovada a convocação
do publicitário Marcos Valério.
Contribuíram para as vitórias governistas as ausências
dos senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Augusto
Botelho (PDT-RR). No começo
da CPI, Mozarildo votava com a
oposição. No último mês, passou a faltar às reuniões. A oposição suspeita que ele tenha sido cooptado pela base aliada.
Há duas semanas, ele disse à
Folha que "não aceitava ser
pressionado por ninguém".
Já Botelho votou tanto com o
governo como com a oposição.
Ontem, sua assessoria informou que ele não pôde ir à CPI
pois estava participando da
reunião da Executiva Nacional
do PDT em Brasília.
(ADRIANO CEOLIN E MARTA SALOMON)
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